Algo se conjugou para que esta semana me parecesse que se tinha dado um tal destaque ao bitcoin que acabei por ser levado a aprofundar do que se trataria: apareceu um artigo a seu respeito na The Economist; o episódio da série televisiva The Good Wife era a propósito de um caso judicial envolvendo a identidade do inventor dos bitcoins. Valia a pena procurar saber em que consistiria o bitcoin, para além de se saber o trivial: que era uma nova moeda totalmente digital, inventada para transacções na internet.
O vídeo acima não explica muito aprofundadamente do que se trata, parece mais concebido para promover a moeda do que para a explicar. Mas uma referência desenvolvida do que se trata descobria-a na entrada da versão em português na Wikipédia que me parece bem conseguida (está até mais desenvolvida do que a versão em inglês), muito embora o tema não seja nada fácil de explicar (confesso que, talvez por deficiências de base, a mim me escaparam vários aspectos, nomeadamente a forma como se cria a moeda).
Mas os problemas mais interessantes do aparecimento do bitcoin, para além das questões informáticas da sua geração, circulação e acumulação, são de índole jurídica, económica e, consequentemente, política. Por um lado, não existe uma autoridade central pública a regular a circulação do bitcoin, que está habilitado a tornar-se num meio de pagamento que pode ser utilizado em todo o Mundo através da internet, desde que o aceitem. Por outro, parece ter entrado na moda, e a evolução do câmbio (acima) reflecte isso.
Mas o essencial do conceito da moeda permanece o mesmo desde que ela foi inventada na sua forma metálica há milénios. Trata-se apenas de uma convenção para facilitar a transacção, porque o ouro ou qualquer outro metal não valem só por si. As mudanças nessa convenção foram sempre vagarosas, como quando da adopção da moeda simbólica em papel (acima). Neste caso, nada impede, por exemplo, que o sucesso do bitcoin seja seguido por outras moedas privadas do mesmo cariz e que a multiplicação as desvalorize. É de esperar para ver…
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