22 março 2013

QUISLINGS

Quisling é uma palavra (hoje infelizmente esquecida) que teve um grande significado durante a Segunda Guerra Mundial como sinónimo de traidor, político colaboracionista com a ocupação alemã. O Quisling inspirador da expressão chamava-se Vidkun Quisling (1887-1945) e foi um político norueguês de extrema-direita que se dispôs a colaborar com as autoridades alemãs quando da invasão e ocupação do seu país pela Alemanha, desde 1940 até ao fim do conflito.    
Vale a pena explicar que, ironicamente e mau grado a sua dedicação à causa e mau grado a impopularidade que por causa disso adquirira junto de adversários e inimigos, o poder efectivo do governo dirigido por Quisling nunca passou de uma sombra, permanentemente tutelada por um Reichskommissar alemão residente na Noruega chamado Josef Terboven (1898-1945). Ele é que foi o verdadeiro detentor do poder nesses 5 anos: realpolitik é uma palavra de origem alemã!  
É a propósito dessa mesma realpolitik e destes precedentes históricos que me pergunto o que pretenderá o presidente da comissão europeia com declarações manifestando a satisfação com a avaliação da troika e insistências na eficácia do funcionamento dos programas de ajustamento no seu próprio país? Ainda não se apercebeu que, querendo regressar, as declarações não o tornam cá popular e quem o pode apoiar preferirá sempre um Reichskommissar alemão?

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