19 março 2013

O «PÉNIS» DE CHIPRE

A língua portuguesa pode ser muito traiçoeira quanto aos géneros dos países. Há muitos do género feminino (a Espanha, a França, a Itália, a Grécia, etc.), há uns poucos do género masculino (o Brasil, o Canadá, o México, o Irão) e os restantes, a começar pelo nosso próprio país, Portugal, são neutros (Angola, Moçambique, Cabo Verde): não se utiliza artigo definido quando a eles nos referimos, nem masculino, nem feminino. Aprendi e sempre ouvi referir-se Chipre (um país pequeno, pouco referido, por sinal), seguindo esta última regra. Foi a regra que adoptei aliás, quando o mencionei neste blogue. Mas foi só com estas últimas notícias de lá provenientes que descobri, não apenas que o emprego do género masculino (o Chipre) será também aceitável, como até que essa regra de masculinizar Chipre estará mais à moda, considerada a sua adopção pelos jornais de referência. Há quem (com graça) ironize com esta criatividade jornalística, e nos prepare para futuras referências à Malta, esse outro pequeno país mediterrânico da zona Euro a que ninguém se refere e que também está ameaçado de se ver catapultado um dia destes para as primeiras páginas dos jornais. Mas muito mais interessante - e com impacto no idioma comum... - seria mesmo antecipar o efeito de uma referência mediática criativa à Angola ou ao Moçambique…

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