02 janeiro 2011

UMA BELA HISTÓRIA DE RIVALIDADES QUE SE PERDEU

A propósito ainda de My Fair Lady, da sua versão cinematográfica (acima, o cartaz da esquerda) e da versão teatral musicada que a tinha antecedido (cartaz da direita), veja-se que, mantendo-se o protagonista masculino (Rex Harrison), Julie Andrews acabou por ser substituída no filme no papel (principal) de Eliza Doolitle por Audrey Hepburn. E entretanto, no mesmo ano da realização de My Fair Lady (1964), Julie Andrews acabou por protagonizar um outro filme musical de sucesso que se intitulava Mary Poppins.
Os dois filmes foram simultaneamente nomeados em mais do que uma categoria para os Óscares de 1965, incluindo a de actriz principal. Como já acontecera no passado com outras rivalidades, a cerimónia prometia sangue… O Óscar de actriz principal foi para Julie Andrews¹ que, para o enredo que entretanto se criara, assim obtinha ali a sua desforra. Porém, num mundo tão superficial quanto o da imprensa de cinema, Audrey Hepburn rapidamente desfez o enredo com um punhado de fotografias suas com a vencedora…
¹ E o Óscar de actor principal nesse ano foi para Rex Harrison, derrotando, entre outros, Peter Sellers e os seus três papéis em Dr. Strangelove, numa indicação óbvia que a atribuição dos Óscares pode ser um disparate absoluto…

2 comentários:

  1. Ola! Como uma grande fã das duas atrizes mencionadas, não pude deixar de comentar. Ao ler o seu texto, pude notar que para escreve-lo você não fez nenhuma pesquisa além de um site ou revista de fofoca. Achei a matéria bem sensacionalista e parcial.

    A substituição de Julie Andrews nada teve a ver com Audrey Hepburn. Por se tratar de uma superprodução - segundo diziam na época o filme mais esperado desde 'E o Vento Levou'- o estúdio vetou Julie Andrews como protagonista pois ela ainda não era conhecida do grande público. Queriam uma atriz muito famosa. Audrey Hepburn e Elizabeth Taylor eram as opções. Inicialmente Audrey relutou em aceitar o papel mas, ao perceber que de forma alguma Julie ficaria com o papel, acabou fazendo ela mesma o filme.

    Até onde sei, as duas eram amigas e este clima de rivalidade não existia, foi criado pela imprensa da época. se aproveitando da situação. A própria Julie ja falou sobre sua amizade com a Audrey em entrevistas. Inclusive, a Audrey não concorreu ao Oscar neste ano, como foi dito.

    Gostaria de deixar meu cometário aqui como uma crítica construtiva. Entendo que este é um assunto interessante sobre duas grandes atrizes, mas acredito que para escrever um artigo deste tipo seja necessário fazer uma pequena pesquisa, com fontes confiáveis. Não as conheci pessoalmente, mas pelo que vejo em entrevistas e documentários, ambas eram damas e não eram atrizes típicas, dadas a este tipo de vaidade. Audrey Hepburn, por exemplo, largou a carreira para cuidar dos filhos e posteriormente dedicou-se a causas humanitárias, sempre procurou manter uma vida discreta, definitivamente não era apenas uma 'Bonequinha de Luxo', como alguns podem pensar! E Julie é uma lady, com inteligencia suficiente para separar as coisas. No ententando, ao ler este artigo, se não as conhecesse, ficaria com uma imagem bem ruim de ambas.

    Só gostaria de pedir que da próxima vez tenha um pouco mais de cuidado e atenção para escrever coisas do tipo, no mínimo procurando saber se a história tem mais de uma versão. Desde ja obrigada!

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  2. Olá! Gostei sinceramente da forma contida, ponderada e bem-educada do seu comentário. É raro. Da mesma forma sóbria como apreciou o que escrevi, permita-me retorquir-lhe que, na busca de querer ter razão, acaba por elaborar um comentário não sobre o que eu escrevi, mas sobre aquilo que acha que eu terei escrito.

    O que, desculpar-me-á, afectou os seus pressupostos: em nenhum sítio eu mencionei as fontes que consultei ou aquilo que conheço sobre estes assuntos mas, posso assegurar-lhe, foram bem mais do que “um site ou revista de fofoca”, como se atreveu a escrever.

    As fontes e esses conhecimentos são os suficientes para me aperceber que, desculpe-me este exemplo, a Lady não faz a mínima ideia como se processam as nomeações para os Óscares da Academia de Hollywood.

    Quando escreve que “a Audrey não concorreu ao Óscar neste ano” ignora que a decisão de concorrer não é dos actores. É de cada filme em conjunto, que concorre simultaneamente às várias categorias em concurso.

    O que aconteceu naquele foi que o filme “My Fair Lady” foi pré-seleccionado (o que quer dizer nomeado) para concorrer aos Óscares em 12 categorias, mas não na categoria de Melhor Actriz Principal por onde concorria Audrey Hepburn. Dado que mostra interesse sobre a matéria, recomendo, da mesma forma construtiva como me criticou, que a estude.

    Agora, Lady, faça-me o favor de reler o que escrevi, especialmente o segundo parágrafo, e tente perceber o carácter irónico do que ali escrevi, com referências a “sangue”, onde a crítica principal vai para “um mundo tão superficial quanto o da imprensa de cinema”. De facto, a superficialidade da imprensa era tão grande (e a história da rivalidade tão pouco sustentada) que Audrey Hepburn rapidamente a destruiu fotografando-se ao lado de Julie Andrews. Como se deduz, não há no texto nenhuma crítica a qualquer das actrizes como se sugere do seu comentário, pelo contrário, há até um cumprimento implícito à habilidade de Audrey Hepburn em manipular essa imprensa.

    É com muito gosto que gostaria de continuar a contar com os seus comentários mas gostaria de lhe pedir que da próxima vez tenha um pouco mais de cuidado e atenção, não se vá tornar a dar o caso da Lady não estar a perceber qual o verdadeiro sentido do texto que escrevi. Os meus agradecimentos.

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