O filme Dr. Strangelove (1964), de Stanley Kubrick, sofreu em Portugal a tradução dispensável do título para Dr. Estranhoamor. É um caso em que o tradutor bem podia ter ficado quieto, porque o título nada acrescenta nem esclarece em relação ao título original, uma tradução literal para o inglês do nome alemão original de um dos personagens, um cientista louco da época nazi – Peter Sellers, quem haveria de ser?
Este filme tem um segundo título (How I learned to stop worrying and love the bomb (*)), cínico, comprido e sarcástico como só o humor britânico de origem intelectual o sabe ser. E alguém o descreveu como uma das melhores comédias de sempre, sem ser um filme cómico.
Peter Sellers é o homem do filme. Ele está para a representação, como a pessoa de John Nash – popularizado pelo filme Uma mente brilhante – estará para a matemática: alguém que voga nas fronteiras entre a genialidade e o desequilíbrio mental. Sellers desempenha aqui três papéis centrais sob a direcção de um Kubrick que sempre gozou da reputação de também não ser também lá muito certo…
Resultará do seu mérito como actores que dois deles saiam do filme perfeitamente equiparados aos desempenhos de Sellers: Slim Pickens e George C. Scott. Tenho as minhas dúvidas se Pickens estará a representar ou deixar-se-á ser ele mesmo. Mas é precioso para se perceber porque é que os americanos uivam de regozijo ou podem eleger presidentes da densidade intelectual de Ronald Reagan ou George W. Bush.
George C. Scott também não será uma pessoa lá muito bem acabada – recorde-se que foi um dos raros actores a recusar um Óscar – o que confere ainda mais credibilidade ao general que representa no filme. Mas a frase do filme está guardada para o presidente dos Estados Unidos (Sellers) dirigindo-se ao general e ao embaixador soviético: - Gentlemen, you can't fight in here! This is the War Room.(**)
Em suma um filme maluco, feito por um realizador com pancada, com actores marados. Que melhor fim se poderá esperar do que o apocalipse representado por uma sucessão de explosões nucleares ao som adocicado e nostálgico de Vera Lynn, cantando uma canção da 2ª Guerra, We´ll meet again (***)?
Este filme tem um segundo título (How I learned to stop worrying and love the bomb (*)), cínico, comprido e sarcástico como só o humor britânico de origem intelectual o sabe ser. E alguém o descreveu como uma das melhores comédias de sempre, sem ser um filme cómico.
Peter Sellers é o homem do filme. Ele está para a representação, como a pessoa de John Nash – popularizado pelo filme Uma mente brilhante – estará para a matemática: alguém que voga nas fronteiras entre a genialidade e o desequilíbrio mental. Sellers desempenha aqui três papéis centrais sob a direcção de um Kubrick que sempre gozou da reputação de também não ser também lá muito certo…
Resultará do seu mérito como actores que dois deles saiam do filme perfeitamente equiparados aos desempenhos de Sellers: Slim Pickens e George C. Scott. Tenho as minhas dúvidas se Pickens estará a representar ou deixar-se-á ser ele mesmo. Mas é precioso para se perceber porque é que os americanos uivam de regozijo ou podem eleger presidentes da densidade intelectual de Ronald Reagan ou George W. Bush.
George C. Scott também não será uma pessoa lá muito bem acabada – recorde-se que foi um dos raros actores a recusar um Óscar – o que confere ainda mais credibilidade ao general que representa no filme. Mas a frase do filme está guardada para o presidente dos Estados Unidos (Sellers) dirigindo-se ao general e ao embaixador soviético: - Gentlemen, you can't fight in here! This is the War Room.(**)
Em suma um filme maluco, feito por um realizador com pancada, com actores marados. Que melhor fim se poderá esperar do que o apocalipse representado por uma sucessão de explosões nucleares ao som adocicado e nostálgico de Vera Lynn, cantando uma canção da 2ª Guerra, We´ll meet again (***)?
(*) Como aprendi a deixar de me preocupar e a gostar da bomba (atómica)
(**) Cavalheiros, não podem andar aqui à luta! Isto é o Salão de Guerra.
(***) Encontrar-nos-emos de novo.
(**) Cavalheiros, não podem andar aqui à luta! Isto é o Salão de Guerra.
(***) Encontrar-nos-emos de novo.
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