Ao traduzir o texto nuclear do poste anterior, redigido originalmente em inglês, dei-me conta que devo fazer parte de uma minoria blogosférica que não acha que todos os que a lêem têm a obrigação de ser multilingues.
É uma tradição que já vem de longe, como o slogan do velho Brandy Constantino. Tivemos um ministro dos negócios estrangeiros, John of God Pinetree, que se destacou pela ostentação da sua excelente pronúncia britânica, mesmo em reuniões onde o português era idioma de trabalho e empregue pelos seus homólogos do Brasil e de Angola.
Está-nos na massa do sangue. Intelectual que o é, não se pode dispensar de fazer ou escrever um discurso sem duas ou três locuções num outro idioma São raras as atitudes irónicas como as de Carlos Tê, que pôs Rui Veloso a cantar que a minha namorada até fala estrangeiro…
Sem cair no excesso espanholado de também traduzir o stop e o go, o on e o off, penso ser foleiro, provinciano, bacoco e mais uma porção de adjectivos de que agora não me recordo, usar e abusar dos postes em estrangeiro, sem qualquer tradução complementar. Considero-os uma verdadeira transposição da parolada dos letreiros Rooms - Chambres - Zimmer algarvios para a nossa blogosfera.
Já reparei que é bem, imensamente bem, ter um excerto de pensamentos matinais em línguas estrangeiras civilizadas – exclui-se obviamente o servo-croata, o turco ou outros idiomas menores oriundos das periferias do mundo civilizado. Mas também é bem, imensamente bem, queixarmo-nos da falta de cedilhas e outros adereços de teclado tão portugueses como a chouriça – oh p´ra mim a viajar, roam-se de inveja seus labregos!
Ainda outro dia, o Guedes (também autor de um blogue popular, mais a patroa: o Expectro) disse, num dos seus postes, que só aceitava respostas em inglês. O Manuel Villaverde Cabral, ou alguém por ele, que se quis mostrar muito mais culto do que a ralé (não fosse a villa dele perder um l), superou o desafio colocando um comentário escrito em 3-idiomas-3 (inglês, alemão e francês) com o núcleo central redigido em alemão, língua normalmente vedada à plebe. Só que 50 comentários depois, já havia contribuições adicionais dessa mesma ralé escritas em árabe, grego, russo, coreano e japonês.
Eu, por via das duvidas e para não perder pitada do que por aqui se escreve, já falei com uma sobrinha minha que anda a aprender mandarim e estou a pensar inscrever-me num curso sobre o alfabeto devanagari, indispensável para ler hindi e sânscrito…
É uma tradição que já vem de longe, como o slogan do velho Brandy Constantino. Tivemos um ministro dos negócios estrangeiros, John of God Pinetree, que se destacou pela ostentação da sua excelente pronúncia britânica, mesmo em reuniões onde o português era idioma de trabalho e empregue pelos seus homólogos do Brasil e de Angola.
Está-nos na massa do sangue. Intelectual que o é, não se pode dispensar de fazer ou escrever um discurso sem duas ou três locuções num outro idioma São raras as atitudes irónicas como as de Carlos Tê, que pôs Rui Veloso a cantar que a minha namorada até fala estrangeiro…
Sem cair no excesso espanholado de também traduzir o stop e o go, o on e o off, penso ser foleiro, provinciano, bacoco e mais uma porção de adjectivos de que agora não me recordo, usar e abusar dos postes em estrangeiro, sem qualquer tradução complementar. Considero-os uma verdadeira transposição da parolada dos letreiros Rooms - Chambres - Zimmer algarvios para a nossa blogosfera.
Já reparei que é bem, imensamente bem, ter um excerto de pensamentos matinais em línguas estrangeiras civilizadas – exclui-se obviamente o servo-croata, o turco ou outros idiomas menores oriundos das periferias do mundo civilizado. Mas também é bem, imensamente bem, queixarmo-nos da falta de cedilhas e outros adereços de teclado tão portugueses como a chouriça – oh p´ra mim a viajar, roam-se de inveja seus labregos!
Ainda outro dia, o Guedes (também autor de um blogue popular, mais a patroa: o Expectro) disse, num dos seus postes, que só aceitava respostas em inglês. O Manuel Villaverde Cabral, ou alguém por ele, que se quis mostrar muito mais culto do que a ralé (não fosse a villa dele perder um l), superou o desafio colocando um comentário escrito em 3-idiomas-3 (inglês, alemão e francês) com o núcleo central redigido em alemão, língua normalmente vedada à plebe. Só que 50 comentários depois, já havia contribuições adicionais dessa mesma ralé escritas em árabe, grego, russo, coreano e japonês.
Eu, por via das duvidas e para não perder pitada do que por aqui se escreve, já falei com uma sobrinha minha que anda a aprender mandarim e estou a pensar inscrever-me num curso sobre o alfabeto devanagari, indispensável para ler hindi e sânscrito…