Há acontecimentos em que o ridículo maior, ainda pior do que o incómodo que eles próprios geram, são as explicações e justificações que são produzidas posteriormente para o justificar.
O acontecimento, desta vez, foi a nomeação, por parte do vice-presidente do supremo tribunal administrativo, Domingos Brandão de Pinho, de um senhor chamado Tiago Filipe Brandão de Pinho para seu secretário pessoal que, por mero acaso, também é seu sobrinho.
A notícia veio hoje no jornal Público (p.12), mas já é velha aqui pela blogosfera. Enfim, seria mais um incidente pitoresco não tivesse sido a graça adicional da jornalista responsável pela notícia - Tânia Laranjo - ter procurado obter uma reacção da própria instituição.
E ela veio, expressa pelo próprio chefe de gabinete do presidente do supremo tribunal administrativo: “O que determina a lei é que os vice-presidentes podem escolher um secretário pessoal para os assessorar. Neste caso, o vice-presidente indicou um nome, que mais tarde soubemos ser sobrinho, e o presidente aceitou. É assim que está determinado e foi cumprida a lei”.
O acontecimento, desta vez, foi a nomeação, por parte do vice-presidente do supremo tribunal administrativo, Domingos Brandão de Pinho, de um senhor chamado Tiago Filipe Brandão de Pinho para seu secretário pessoal que, por mero acaso, também é seu sobrinho.
A notícia veio hoje no jornal Público (p.12), mas já é velha aqui pela blogosfera. Enfim, seria mais um incidente pitoresco não tivesse sido a graça adicional da jornalista responsável pela notícia - Tânia Laranjo - ter procurado obter uma reacção da própria instituição.
E ela veio, expressa pelo próprio chefe de gabinete do presidente do supremo tribunal administrativo: “O que determina a lei é que os vice-presidentes podem escolher um secretário pessoal para os assessorar. Neste caso, o vice-presidente indicou um nome, que mais tarde soubemos ser sobrinho, e o presidente aceitou. É assim que está determinado e foi cumprida a lei”.
Ou seja, a acreditar nesta versão, corremos o risco de ter um presidente num supremo tribunal português cujo QI roça a imbecilidade profunda, pois nem da coincidência dos dois apelidos do nomeado se apercebeu.
A princípio, os magistrados ainda se podiam queixar por não estarem habituados ao escrutínio público dos seus actos, mau grado o facto de, sendo órgão de soberania, poderem e deverem estar a isso sujeitos. Agora, sobretudo neste escalão mais elevado da magistratura, era de esperar que já devessem estar avisados.
Continuar com práticas deste tipo parece mostrar que, pelo menos alguns deles, nem são sensíveis ao que o senso comum recomenda a qualquer cidadão que exerça funções públicas. Isso designa-se por autismo. A nomeação do sobrinho designa-se por nepotismo. A resposta do chefe de gabinete do presidente designa-se por... não morar cá na Terra!
Más línguas!
ResponderEliminarO cargo nem é grande coisa! Deu-se o que sobrou... ao sobrinho!!!