19 janeiro 2011

JOAN CRAWFORD

A interpretação de Joan Crawford é uma de múltiplas razões porque nunca gostei de Johnny Guitar, sobretudo daquela forma excessivamente elogiosa como o filme costuma ser comentado. Joan Crawford limita-se a fazer de Joan Crawford que no filme tem o nome de Vienna, ou seja, qualquer delas é uma cabra da pior espécie, conforme as opiniões de quem com ela contracenou naquele (Mercedes McCambridge, Sterling Hayden) ou noutros filmes ao longo da sua carreira.
Outro dia escrevi aqui sobre rivalidades entre actrizes em cerimónias de atribuição de Óscares. Dois episódios a esse mesmo respeito envolvendo Joan Crawford dizem tudo sobre ela. Nomeada em 1946, mas não querendo passar pela provação da hipotética derrota fez-se passar por doente e representar na cerimónia pelo seu cabeleireiro. Mas Joan Crawford ganhou e, subitamente refeita, engendrou uma mini-cerimónia (acima) na cama do hospital nessa mesma noite…
Dezassete anos depois, por ocasião da cerimónia de 1963, Joan Crawford conseguiu a proeza especial de aparecer na fotografia dos vencedores dos Óscares daquele ano (acima) sem sequer ter sido sequer nomeada para algum… Aconteceu porque a vencedora daquele ano (Anne Bancroft) não estava presente na cerimónia e Joan dispôs-se generosamente a recebê-lo em seu lugar. A presença na fotografia protocolar dos vencedores é que ultrapassará a generosidade...
Eve Arnold havia-se tornado a fotógrafa favorita de Crawford, embora a actriz, envelhecendo, saísse desfavorecida de algumas fotografias, exibindo uma elegância feita de cintas apertadas comprimindo carnes flácidas (acima). Mas há uma fotografia sua de Joan Crawford que é ímpar, justapondo a actriz aos 54 anos com o quadro de parede de como ela desejaria ser para sempre, mostrando como o crepúsculo pode ser impiedoso, para actrizes bondosas e para as outras

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