
A
interpretação de
Joan Crawford é uma de múltiplas razões porque nunca gostei de
Johnny Guitar, sobretudo daquela forma
excessivamente elogiosa como o filme
costuma ser comentado. Joan Crawford limita-se
a fazer de Joan Crawford que no filme tem o nome de
Vienna, ou seja, qualquer delas é uma
cabra da pior espécie, conforme as opiniões de quem com ela contracenou naquele (
Mercedes McCambridge,
Sterling Hayden) ou noutros filmes ao longo da sua carreira.

Outro dia escrevi aqui sobre
rivalidades entre actrizes em cerimónias de atribuição de Óscares. Dois episódios a esse mesmo respeito envolvendo Joan Crawford dizem tudo sobre ela. Nomeada em 1946, mas não querendo passar pela provação da hipotética derrota fez-se passar por
doente e representar na cerimónia pelo seu cabeleireiro. Mas
Joan Crawford ganhou e, subitamente
refeita, engendrou uma mini-cerimónia (acima) na cama do hospital nessa mesma noite…

Dezassete anos depois, por ocasião da cerimónia de 1963, Joan Crawford conseguiu
a proeza especial de aparecer na
fotografia dos vencedores dos Óscares daquele ano (acima) sem sequer ter sido sequer nomeada para algum… Aconteceu porque a vencedora daquele ano (
Anne Bancroft) não estava presente na cerimónia e Joan dispôs-se
generosamente a recebê-lo em seu lugar. A presença na fotografia protocolar dos vencedores é que
ultrapassará a
generosidade...
Eve Arnold havia-se tornado a fotógrafa favorita de Crawford, embora a actriz, envelhecendo, saísse desfavorecida de
algumas fotografias, exibindo uma
elegância feita de cintas apertadas comprimindo carnes flácidas (acima). Mas há uma fotografia sua de Joan Crawford que é ímpar, justapondo a actriz aos 54 anos com o quadro de parede de como ela desejaria ser para
sempre, mostrando como o
crepúsculo pode ser impiedoso, para actrizes bondosas e para as
outras…
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