O Chefe Silva foi um fenómeno de notoriedade aparecido na televisão vai para mais de 30 anos. Quase sempre fardado a rigor e de chapéu de cozinheiro à cabeça a sua actividade desdobrava-se não apenas por programas televisivos de culinária como também por revistas, apropriadamente baptizadas de TeleCulinária (abaixo). A sua actividade no final da década de 70 tornou-se frenética, chegando a saturar: lembro-me de o ter visto como jurado num dos concursos da RTP (como então era moda…) , em que parecia que se obrigava a usar metáforas de cariz culinário em todas as intervenções que fazia, o que era uma seca...
A corrupção devia ser um assunto bastante mais sério que a culinária mas o tratamento que tem sido dado a João Cravinho como uma espécie de Senhor (anti)Corrupção faz-me lembrar precisamente o que outrora se deu ao Chefe Silva como Senhor Culinária. O homem aparece e a média só lhe pede que ele fale de corrupção. Ainda não arranjou indumentária própria nem apareceram revistas nas bancas, mas a verdade é que João Cravinho já dá receitas, como a que cá veio dar aos deputados: despartidarizar a administração pública e escolher dirigentes públicos pelo mérito e competência. Olha a novidade...
Já aqui escrevi, repeti e torno agora a repetir que João Cravinho tem ainda menos moral para falar de corrupção do que qualquer cidadão comum visto que, quando teve de a defrontar em concreto e teve o poder de a combater na Junta Autónoma das Estradas que tutelava enquanto ministro…, acabou por não fazer nada. Isso aconteceu em Junho de 1998, quando o organismo era dirigido pelo General Garcia dos Santos que, desde então, recorda esse episódio cada vez que profere afirmações públicas, acusações a que, o sobre outros temas tão prolixo, João Cravinho tem tido sempre o cuidado de evitar responder…
Nunca provei qualquer prato que tivesse sido confeccionado pelo Chefe Silva para poder concluir se ele, mais do que tele-cozinheiro, era mesmo um daqueles cozinheiros de mão cheia… No entanto, creio que o assunto da corrupção tem demasiada importância para que seja sério entregar o papel de tele-combatente a João Cravinho. A corrupção existe e pode ser combatida quotidiana e socialmente com os variados instrumentos legais que existem. Trazer o artista lá do estrangeiro para cá vir mandar mais umas bocas mais me desperta as suspeitas que a aposta do combate é para a fotografia, não para a eficácia…
Duas notas finais para as fotografias da capa da Tele-Culinária (retirada daqui) e deste apetitoso bolo (neste blogue vem a receita).
A corrupção devia ser um assunto bastante mais sério que a culinária mas o tratamento que tem sido dado a João Cravinho como uma espécie de Senhor (anti)Corrupção faz-me lembrar precisamente o que outrora se deu ao Chefe Silva como Senhor Culinária. O homem aparece e a média só lhe pede que ele fale de corrupção. Ainda não arranjou indumentária própria nem apareceram revistas nas bancas, mas a verdade é que João Cravinho já dá receitas, como a que cá veio dar aos deputados: despartidarizar a administração pública e escolher dirigentes públicos pelo mérito e competência. Olha a novidade...
Já aqui escrevi, repeti e torno agora a repetir que João Cravinho tem ainda menos moral para falar de corrupção do que qualquer cidadão comum visto que, quando teve de a defrontar em concreto e teve o poder de a combater na Junta Autónoma das Estradas que tutelava enquanto ministro…, acabou por não fazer nada. Isso aconteceu em Junho de 1998, quando o organismo era dirigido pelo General Garcia dos Santos que, desde então, recorda esse episódio cada vez que profere afirmações públicas, acusações a que, o sobre outros temas tão prolixo, João Cravinho tem tido sempre o cuidado de evitar responder…
Nunca provei qualquer prato que tivesse sido confeccionado pelo Chefe Silva para poder concluir se ele, mais do que tele-cozinheiro, era mesmo um daqueles cozinheiros de mão cheia… No entanto, creio que o assunto da corrupção tem demasiada importância para que seja sério entregar o papel de tele-combatente a João Cravinho. A corrupção existe e pode ser combatida quotidiana e socialmente com os variados instrumentos legais que existem. Trazer o artista lá do estrangeiro para cá vir mandar mais umas bocas mais me desperta as suspeitas que a aposta do combate é para a fotografia, não para a eficácia…
Duas notas finais para as fotografias da capa da Tele-Culinária (retirada daqui) e deste apetitoso bolo (neste blogue vem a receita).