23 março 2010

A CALMA OLÍMPICA DE UM GAJO “COOL”

Ainda a propósito da actual crise europeia e da questão grega, há quem adicione às fundamentações da sua opinião o facto de gostar em George Papandreou da sua calma olímpica, do homem e do camarada. Em suma, Papandreou, além de ser um gajo cool, é um gajo porreiro e um socialista. É o que se pode concluir quando se lê o que escreveu a esse respeito a eurodeputada socialista Ana Gomes no seu blogue. Claro que isso não a ajudará muito quanto à objectividade para a compreensão dos problemas financeiros da Grécia, mas isso é outra coisa.
Quem goste de Ana Gomes, gostará dela pelo estilo, pela sua atitude arrebatada e empenhada com que abraça todas as suas causas (que são muitas!), a maioria das vezes – e esta é mais uma… – fundamentando o seu entusiasmo contagiante de uma forma totalmente superficial. Neste caso, se George Papandreou se lamenta da Grécia esta(r) a pagar as favas por estar no euro (citando a própria eurodeputada), haveria que não esquecer que a adesão da Grécia ao euro se deve ao próprio partido de Papandreou, o PASOK, que governou o país entre 1993 e 2004...
Acontece até que George Papandreou era o Ministro dos Negócios Estrangeiros quando da mudança da moeda grega do dracma para o euro… Se Ana Gomes não sabia disso, devia saber. E se Ana Gomes não pediu ao homem e ao camarada para que, na sua calma olímpica, lhe explicasse as razões que provocaram esta sua recente mudança de atitude, então deveria ter perguntado… Por muito que a cative a pose cool e desafiadora de Papandreou, Ana Gomes é eurodeputada, já não tem 20 anos e tudo isto não é propriamente um outro Maio de 68

3 comentários:

  1. Resumindo e baralhando: as iludências aparudem... nos dois exemplos!

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  2. Sobre a Ana Gomes -- personagem de que ouvi falar pela primeira vez quando foi nomeada para embaixadora de Portugal na Indonésia.
    Isto quando Timor ainda era uma província indonésia.
    Lembro-me do fartos elogios à embaixadora Ana Gomes.
    Mais tarde, saída a senhora dos Negócios Estrangeiros, tem-se revelado uma decepção: mal preparada, impetuosa sem fundamento, etc. etc.
    E pergunto-me como pôde alguém com um perfil destes chegar à categoria de embaixador.

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  3. Quanto à sua pergunta, Rui Esteves, também não sei... mas também não conheço assim tantos embaixadores.

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