06 março 2010

OS GERMANOS DO IMPÉRIO ROMANO

Abaixo podemos observar um mapa do Império Romano. Os mapas daquele período costumam ser sempre assim. Para o interior das fronteiras do Império dispõe-se sempre de informação, seja a localização das cidades principais, as divisões administrativas das províncias ou o traçado das estradas e muralhas militares. Mas quanto ao exterior, não se sabe quase nada, eram as regiões onde viviam os bárbaros. Nesse mapa está desenhado um rectângulo a vermelho que constituirá a moldura do mapa que aparece mais abaixo, e que destaca as regiões fronteiriças que o Império Romano possuía na metade ocidental da Europa continental.
É nessa região europeia que as pessoas que empregam idiomas de matriz neo-latina (como o francês ou o italiano) são vizinhas daquelas que usam os de matriz germânica (é o caso do alemão e do neerlandês). Por causa da histórica rivalidade franco-alemã a questão do traçado dessa fronteira virtual sempre teve uma importância primordial na História da Europa. No mapa abaixo, regressa-se à configuração das fronteiras do Império Romano e sobrepõe-se qual o tipo de idioma, neo-latino (vermelho) ou germânico (azul) que, desde o Século IX até à actualidade, são empregues pelas populações que habitam essas regiões.
É visível que as variações no traçado da fronteira linguística nos últimos doze Séculos (clicar no mapa para o ampliar) terão sido muito pouco significativas. E a dificuldade em deslocar esse traçado permite-nos especular se, no tempo do Império Romano, alguma vez ele terá chegado a corresponder à fronteira política entre o Império e os bárbaros, o que parece improvável. Mais provavelmente, e pelo critério do idioma, desde o tempo da conquista da Gália (Século I aC.) terá havido milhões de germanos que não eram bárbaros. Só por conveniência da propaganda política e da simplicidade histórica é que depois se equipararam uns aos outros…

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