Por um lado parece que as forças policiais abdicaram ostensivamente da sua tarefa de procurar o evadido major Reinado, enquanto que, por outro, se notícia a descoberta de que tinha sido a presidência da república a suportar anteriormente os custos da estadia do major numa pousada*.
Emparelhadas como estavam, as notícias informavam o leitor, sem o dizer expressamente, que seria inútil estar a perseguir um foragido da justiça num país onde aquele parece gozar do beneplácito do próprio presidente ou de alguém próximo da presidência – a mulher do presidente é expressamente referenciada no segundo dos artigos.
E, não sendo o The Australian um órgão oficial do governo australiano, não anda longe das suas posições traduzir assim o sentimento de alguma saturação sua – já expressa aliás pelo ministro Downer** – com as manobras subterrâneas e com as relações escusas que parecem dominar a política timorense.
Para as apreciar, é preciso ter-se uma costela lusitana, onde haja muitos almoços, muitos pás e palmadas nas costas, seguidas, como neste nosso caso da Liga e da FPF, de chamadas telefónicas para o major (o outro…) e para o Madaíl para acertar as coisas… Será que o major Reinado também usa o telemóvel para ligar para Xanana?
Tenhamos orgulho, que 25 anos de ocupação indonésia não representam nada e a nossa maneira de fazer as coisas parece estar viva em Timor Leste!
* Esta notícia já não se encontra acessível para ligação...
** Ministro dos negócios estrangeiros da Austrália.
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