Identificando-as, percebe-se que, em termos de descolonizações não parecem existir soluções ideais, pois qualquer dos casos e das regiões foram e têm continuado desde aí a ser presenças frequentes nos noticiários internacionais: a França concedeu a independência à Síria e ao Líbano em 1943, o Reino Unido fez o mesmo com a Índia e o Paquistão em 1947 e em 1949 os Países Baixos preferiram manter a Indonésia com a estrutura unificada que havia sido formada nos tempos coloniais.
O Líbano era um território onde, à data de independência, existia uma maioria cristã, distinta da da Síria onde predominava o islamismo, o Paquistão foi formado pelas regiões indianas onde existia uma maioria de população muçulmana, distinta da maioria da da União Indiana, que professava o hinduísmo, e o mesmo poderia ter sido feito na Indonésia, onde, da maioria muçulmana, se destacaria, por exemplo, o arquipélago ocidental das Molucas, onde existia uma maioria cristã.
Actualmente, sobre a Indonésia pende a espada de Dâmocles do separatismo, que se manifesta de diversas formas e em diversos locais, dispensando até a religião quando esta não serve de elemento diferenciador que o exprima. A mesma espada pende, mas por razões diferentes, sobre os países que se individualizaram (Líbano, Paquistão), através das relações contraditórias de atracção e repulsão que mantêm com os (proporcionalmente) grandes vizinhos de que se separaram.
São três casos engraçados que valerá a pena vir a desenvolver individualmente aqui em posts futuros. Mas que, quando comparados, nos ficam de alerta para os revisionismos de direita sobre as descolonizações que poderiam ter sido feitas se… e os revisionismos de esquerda sobre as culpas que os colonizadores carregarão até ao fim da história…
Más colonizações dão origem a más descolonizações e, como não consta que existam boas colonizações, excepto em territórios sem população autóctone...
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