07 julho 2018

A INDEPENDÊNCIA DAS ILHAS SALOMÃO

7 de Julho de 1978. As Ilhas Salomão alcançam a independência do Reino Unido. O novo país tinha então um pouco mais de 200.000 habitantes que se espalhavam pelos 28.450 km² e pelas seis grandes ilhas e 900 menores que constituem o arquipélago - uma baixíssima densidade, já que nas ilhas predomina a floresta tropical, como ainda o recorda as imagens da crucial Batalha de Guadalcanal, que se travou na ilha homónima entre Agosto de 1942 e Fevereiro de 1943, no decorrer da Segunda Guerra Mundial. E, no entanto, o que em 1978 não deixaria de surpreender o português mais atento e inquiridor, era como 3/4 anos depois de alcançada a liberdade de descolonizar (1974) e do empenho em o fazer (1975) por parte de Portugal, ainda as grandes potências coloniais como o Reino Unido, que haviam iniciado o processo de descolonização décadas antes de Portugal, ainda mantinham um programa compassado de concessão de independências, adequado não apenas ao frenesim descolonizador metropolitano, mas sobretudo adequado às capacidades do futuro país em subsistir com um mínimo de autonomia após alcançada a independência. Desde o início fora evidente que era preciso mais do que entusiasmo e ideologia (normalmente marxista) para constituir um estado. Eram precisos quadros e infraestruturas. E era por isso que as Ilhas Salomão só alcançavam a independência 30 anos depois do Sri Lanka. Em alternativa, Portugal desfez-se das suas possessões coloniais em 1975. Foi uma forma muito bem intencionada de se desfazer das nossas responsabilidades, apostando nas dos outros, no encantamento e na sofreguidão dos poucos intelectuais são tomenses ou timorenses em terem um país só deles para governar. Há precisamente 40 anos e um pouco mais de dois anos e meio depois da tragédia da invasão de Timor-Leste pela Indonésia, esta independência das Salomão naquela mesma região do globo (abaixo), constituía uma demonstração surda da nossa incompetência como potência colonial... mas também como potência descolonizadora.

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