11 de Julho de 1831. Uma esquadra francesa, seguindo as instruções do governo francês e sob o comando do contra-almirante Albin Roussin, força a barra do Tejo, derrotando no processo a artilharia dos fortes do Bugio, de São Julião, de Catalazete e a Torre de Belém (na imagem acima), superiorizando-se também às fracas forças navais que se lhe podiam opor, e, depois de fundear diante de Lisboa, vem apresentar um ultimato às autoridades portuguesas (relembre-se que, à época, vigorava em Portugal o regime absolutista de D. Miguel). Os marinheiros franceses sofreram três mortos e onze feridos. Não se sabem as baixas da parte portuguesa, mas parece inquestionável reconhecer que este dia de há 187 anos não terá sido um dos melhores da Marinha Portuguesa. Acirrando a humilhação, o Tratado em que Portugal dava satisfação às exigências francesas foi assinado a 14 de Julho, dia em que os invasores celebram a Queda da Bastilha, um insulto ao legitimismo do governo português.
Acredito que, na época, tivesse havido muitos simpatizantes liberais que tivessem visto com simpatia esta intervenção francesa, para mais quando executada contra o regime absolutista, mas quando ela é observada a esta distância histórica, despojada dos encarniçamentos políticos, trata-se de um episódio de lamentar - mas não de esquecer. É por ele ter sido esquecido que ainda hoje vemos quem, por aí, faça a mesma coisa, mostrando a mesma cegueira política e enaltecendo por conveniência circunstancial, a vinda e o comportamento impositivo dos elementos da Troica há alguns anos. Uma humilhação nacional é sempre uma humilhação mesmo que pretendamos que o não foi, ou que a culpa recai sobre outros que não os nossos.
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