Cumpre-se hoje um ano que Nuno Rogeiro apelava a que se «abrisse a torneira da indignação». E ele abriu-a no artigo abaixo da Sábado que qualificava «o furto de dezenas de armas anti-carro do mais grave de toda a história da Aliança Atlântica. Sem exagero.» Sem exagero, pois claro... Um ano transcorrido, recuperadas as armas, o verdadeiro drama é que entre todo o histerismo de Nuno Rogeiro e um real e credível apuramento de responsabilidades pelo que aconteceu, se formou um fosso enorme que é colmatado somente por umas porradas menores dadas a uns subalternos e por sucessivas chamadas de atenção do presidente Marcelo (a 1 de Março, a 28 de Junho) a respeito do assunto, a que os responsáveis políticos e militares têm descaradamente evitado responder. Como descreveria o Marcelo comentador de Domingo, o ministro Azeredo Lopes e o chefe de Estado Maior do Exército Rovisco Duarte estão a assobiar ao cochicho e parece estar a ser mais difícil fazê-los fazer alguma coisa, do que descrever a cena à Judite no telejornal da TVI. Assim, uma de duas: ou se fecha a torneira da indignação do Nuno Rogeiro, porque o fosso já está cheio da água que corre desde há um ano, ou então reabre-se a torneira da indignação mas desta vez por uma razão plausível, não uma daquelas palhaçadas alarmistas do Nuno Rogeiro.
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