02 junho 2018

RECORDANDO «CITIZEN KANE»

A actualidade informativa parece dominada simultaneamente por uma questão social de âmbito estritamente nacional, a crise em folhetim do Sporting, por uma questão política e essa já de âmbito regional, envolvendo a Europa meridional, a queda do governo em Espanha, e ainda por uma questão económica de repercussões mundiais, aquilo que parecem ser os primórdios de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e as restantes potências económicas. A hierarquia de importância de como se pode apreciar que cada uma destas três questões está a ser apresentada pela comunicação social é a inversa das suas consequências. Uma possível recessão económica mundial perde em importância para os percalços da vida política e, quiçá, económica do país vizinho, e ambos são muito menos importantes do que a disputa pelo poder numa agremiação desportiva. Tudo isto mostra como se mantêm perfeitamente válidos os princípios caricatos que, no passado, conduziram a notícias tão irrelevantes quanto a (notícia verdadeira) da funda incisão na região superciliar do sr. dr. Joaquim Manso e a (da imaginação de Eça) do desmancho do pé da Luisinha Carneiro. O que é que interessam as perspectivas de uma recessão económica mundial quando comparadas com as perspectivas de uma assembleia geral em que até pode haver cenas de pancadaria?!...

3 comentários:

  1. Em termos economicos o que realmente deveria interessar a actualidade noticiosa e o que se passa em Italia e nao em Espanha. Em Espanha tera interesse mas mais no plano politico Iberico em particular as relacoes com os secessionistas da Catalunha. A "guerra das tarifas" do Trumpas na minha modesta opiniao nao dara em nada de significativo, o Trumpas tenta usar o dilemma do prisioneiro como forma de negociacao, talvez ganhe ele, talvez ganhem os outros potentados economicos, mas os efeitos na economia mundial serao poucos. Talvez algum abrandamento no actual processo de hiper-globalizacao ou mesmo alguma desglobalizacao pontual... de qualquer das formas um pouco menos de globalizacao e ate desejavel, mas o efeitos economicos serao de minimizados ate porque talcomo amplamente demonstrado com os desastres negociais que foram o repeal do Obamacare e a Coreia do Norte o que e claro e que o Trumpas costuma ser muita parra e pouca uva...

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  2. Julgava que tinha enviado comentario sobre este texto anteriormente. Mas se calhar carreguei no botao errado. Enfim, tento outra vez:
    Na minha opiniao as noticias que de facto terao impacto global e deveriam ter mais atencao noticiosa e o que se vai passando por estes dias em Italia.
    Quanto a Espanha tera interesse mais a nivel politico Iberico, nomeadamente as repercursoes de um novo governo, ainda mais instavel que o anterior em Madrid em termos dos movimentos secessionistas em Espanha, especialmente o catalao.
    Quanto ao que Trump anda a fazer. Por um lado Trump tem-se revelado sempre muita parra e pouca uva em todos os estardalhacos que fomenta, seja o repeal do Obamacare, seja a retorica com a Coreia da Norte... Por outro lado, mesmo que venham a haver uma qualquer "Guerra commercial", a America ainda e a maior economia do mundo mas e uma potencia em declinio, e a hiper-globalizacao, hiper, os impactos penso que serao limitados, algum atraso no processo de hiper-globalizacao? Um pontual recuo?
    Alem disso na minha optica alguma desglobalizacao so faria bem ao mundo...

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  3. Peço desculpa pelo atraso na publicação dos comentários mas o programa automático que se responsabilizava pela notificação dos comentários publicados pendentes de aprovação - e que era o mesmo que publicava estes mesmos posts no facebook - deixou de funcionar o que obrigaria a que procedesse a essa verificação manual, algo que só agora passei a fazer.

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