Com a anunciada renúncia de Bento XVI no final deste mês, o jornalismo
vaticanista tornou-se um activo cobiçado pelas redacções. Numa manifestação
desses saberes privados que irrompem nestas épocas a agência EFE divulgou ontem
um estudo de um cónego catalão, professor de História da Igreja, que enumera um total de vinte e dois papas que renunciaram ou foram obrigados a isso antes de Bento XVI. Acontece que nessa lista muitos portugueses
reconhecerão o nome de João XXI (r. 1276-1277), o mais famoso dos dois papas originários deste nosso canto da Península Ibérica, cuja brevidade do
pontificado (oito meses) se sabe dever-se a um desabamento que lhe foi fatal. Se a
expressão estranha forma de vida, tão popularizada por Amália Rodrigues
(abaixo), pode ser aqui adaptada para estranha forma de morte, mesmo a propósito quando se trata
do que aconteceu a um papa português, não consigo acompanhar a
imaginação do cónego catalão que quererá, no mínimo, que consideremos uma estranha forma
de renúncia quando quem renunciou o terá feito porque apanhou com uma parede em cima e morreu…
Também me parece que ser assassinado não é bem renunciar a um cargo, seja ele qual for...
ResponderEliminarTambém me pareceu que um texto com tantos disparates evidentes nunca mereceria ser divulgado por uma agência de informação, mas suponho que a pressão da procura de "coisas sobre papas" ter-se-á sobreposto ao bom senso.
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