É conhecido quanto o apoio francês se mostrou indispensável para que
os Estados Unidos tivessem alcançado a sua independência do Reino Unido. Por isso,
é compreensível que a França não tivesse aceitado muito bem a disposição
norte-americana de permanecer neutral, preservando o seu comércio transcontinental
com os britânicos, durante o período das guerras que se seguiram à Revolução
francesa (1789). Foi uma (quase) guerra travada exclusivamente no mar: enquanto
os navios de corso franceses interceptavam os mercantes que navegavam entre os
Estados Unidos e o Reino Unido, tendo chegado a capturar cerca de 2.000 navios,
os navios da marinha de guerra norte-americana perseguiam esses corsários.
Contudo há que
reconhecer que, por detrás desta causa de fácil compreensão estratégica e de
enredo mais arrebatador, havia uma outra ainda mais elementar: depois da Revolução,
os Estados Unidos haviam deixado de reembolsar os empréstimos que haviam
contraído em França por ocasião da guerra de independência. O pretexto invocado
pelos norte-americanos para tal atitude era que a dívida fora assumida para com a coroa
francesa e que a França entretanto (1792) se transformara numa República… As
disputas vieram a ser resolvidas em Setembro de 1800 com a assinatura do
Tratado de Mortefontaine (abaixo). Até as superpotências têm
uma história de calotes e de desculpas de mau pagador…
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