
Atingido, Peter ali ficou durante quase uma hora ainda em território da Alemanha Oriental, esvaindo-se em sangue e pedindo ajuda de forma cada vez mais débil, numa situação escandalosa do ponto de vista humanitário mas imensamente delicada do ponto de vista político, diplomático e militar. Só ao fim desse tempo é que, diante de centenas de berlinenses do lado ocidental, os guardas do outro lado terão recebido autorização para ir buscar Peter, agora já cadáver. Não deixa de ser uma ironia descobrir que os que passam por salvadores de Peter Fechter na famosa fotografia houvessem sido também os agentes da sua morte. Aliás, quem domina a fotografia não é o morto, antes a cara assustada do guarda da direita, numa demonstração quanto os medos da guerra-fria eram recíprocos…

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