
Quem tiver prestado atenção às notícias mais importantes dos noticiários nos últimos tempos terá notado uma
erupção súbita de notícias científicas associadas à astronomia e à astronáutica depois da chegada do mês de Agosto. Há coisa de uma semana foi uma teoria publicada na
revista Nature que propunha que a Terra tivesse tido até há 4 mil milhões de anos atrás
dois satélites que colidiram para formar a Lua (acima). Típico da classe jornalística nacional:
houve quem acrescentasse que a teoria demonstrava, algo que uma teoria não costuma fazer…
Um par de dias depois a
NASA reanunciava que tinha descoberto indícios da existência de água líquida em Marte! Trata-se de uma
descoberta que, descontadas as
nuances de linguagem do anúncio tem sido anunciada com alguma regularidade nos últimos 10 anos (
veja-se aqui), mas o
momento informativo global deve ter-lhes parecido demasiado bom para que o tivessem deixado escapar, nomeadamente quando se aproximava finalmente
o lançamento da sonda Juno para exploração de Júpiter, depois de dois anos de adiamentos e restrições orçamentais…

Depois disso, ainda se descobriu que
podia haver antimatéria em redor do nosso planeta e, enquanto escrevo, a
NASA prepara-se (
ainda não há notícias nos nossos jornais) para
reanimar a famosa
teoria controversa dos componentes orgânicos de origem extraterrestre descobertos nos meteoritos (abaixo e
o mesmo assunto em 2008). Havia a noção que estas notícias apenas apareciam por se estar em Agosto e haver falta de assunto. Desta vez, com crises financeiras mundiais e crises políticas europeias a pairarem no horizonte, essa explicação não parece colher…
Quem sabe se, pelo peso da
tradição, Agosto não se terá tornado informativamente
no mês dedicado à Ciência?...
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