27 agosto 2011

O TELE-JORNALISMO «SIRENES EM BAGDAD!?»

Tinha-o aqui baptizado de Tele-jornalismo caqui por ocasião do Golpe de Estado na Guiné-Bissau em Março de 2009, mas tenho que confessar-vos que Cândida Pinto me tem dado as voltas quanto a uniformes, como se pode apreciar acima… Foi assim que o resolvi rebaptizar como Tele-jornalismo «Sirenes em Bagdad!?» o estilo de tele-jornalismo que é praticado por aquela repórter da SIC. O título afigura-se-me mais perene por ser independente das correntes da moda do vestuário das lojas do Coronel Tapiocca (abaixo) e vai inspirar-se a uma famosa interrupção protagonizada por um antigo tele-jornalista daquele mesmo estilo embora já retirado de actividade (José Rodrigues dos Santos da RTP), que, em plena Guerra do Iraque, deu em interromper (de Lisboa) o despacho que o enviado da sua estação (Carlos Fino) estava a fazer por causa do som de sirenes que se haviam começado a ouvir: - Carlos Fino! Carlos Fino! Sirenes em Bagdad!? Sirenes em Bagdad!? Naquele momento Carlos Fino estava em directo, na varanda do quarto do Hotel, em frente ao operador de câmara a ler o despacho que preparara para enviar para Lisboa. Que raio poderia ele saber e dizer sobre as sirenes a não ser o óbvio: que elas estavam a tocar?!... É este frenesim informativo relata-primeiro-pensa-depois que identifica o estilo. A cabeça de um destes tele-jornalistas, mesmo depois de afastado dos locais da acção como era já então o caso de José Rodrigues dos Santos, parece funcionar dessa maneira simplificada e deve ser aproveitado predominantemente para o uso de chapéus exóticos que estas zonas de guerra são tradicionalmente soalheiras… Se atendermos no conteúdo do trecho de reportagem sobre a situação líbia que passou ontem na SIC e que insiro mais abaixo, não há ali nada em termos informativos substanciais que se possa dizer que só se obteve devido à presença da repórter no local. Há evidências: cadáveres, que costumam ser o subproduto de uma guerra… Há lugares-comuns: as queixas de que há falta de pessoal e meios para tratar tantos feridos ou que o Hospital de Tripoli é incapaz de dar resposta à situação; haveria algum hospital civil no Mundo capaz de o fazer naquelas mesmas circunstâncias?… E há peças de propaganda pura: Muitos estudantes de medicina estão a oferecer-se para ajudar nos Hospitais… Quem afirmou isso, onde estão esses estudantes?... Novidade mesmo, só a coisa branca que Cândida Pinto traz à cabeça: nunca tinha visto capacete que assentasse de forma tão parecida a um penico

1 comentário:

  1. Ontem,numa outra reportagem,em que
    a sra.jornalista,começa a falar,meia ajoelhada no terraço do
    hotel,para o fim,já deitada de lado,ouvem-se tiros...ela diz que
    estão a alvejar as paredes do hotel
    e de seguida remata dizendo..."neste momento as coisas
    estão muito mais calmas"...como é
    que é???

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