31 janeiro 2006

HABEMUS PAPAM!!!

Depois de uma espera insuportável, que só foi causada pelas inconfidências de Constança Cunha e Sá, Vasco Correia Guedes, que adoptou o nome papal de Vasco Pulido Valente (VPV) finalmente postou! Postou é como quem diz, VPV só escreveu ou disse ou exprimiu-se de uma outra forma qualquer, porque foi a Constança – está-se mesmo a imaginar a Constança, mãos nervosas pela solenidade do momento – que teve de ter o trabalho de passar aquilo para o blogue, qual freira atenta às menores incomodidades papais. VPV, além de não querer fazer ideia de quanto é o salário mínimo, nem se incomoda com essas bagatelas de usernames ou passwords.

Mas o que é importante é que postou e postou – como seria de esperar – Urbi et Orbi* embora a Orbi seja mais pequena do que se pensa, um punhado de patetas da blogosfera portuguesa. Mas foi giro lê-lo, foi sobretudo diferente. Já estou afeiçoado a ler primeiro as tiras do Calvin & Hobbes como uma espécie de documentário antes da leitura atenta das suas prosas no Público. Aqui, conviria que a Constança escrevesse assim uns entreténs antes das peças mais substanciais de sua Santidade, o VPV – é só uma sugestão...

Esmagado pelo vigor da prosa e pelo fragor dos comentários, só tive tempo de notar um pequeno pormenor naquele texto sobre o seu semestre como deputado. Tendo havido tantos tempos de ociosidade e, por isso, poucos episódios significativos, é bizarro como VPV já se tenha esquecido do pormenor do requerimento que fez à mesa da Assembleia para ser tratado, não pelo seu nome civil, Correia Guedes, mas por Vasco Pulido Valente… Que a mesa deferiu. Não sendo um pormenor muito importante é um pormenor engraçado…

Os papas, todos sabemos, têm a faculdade de poderem mudar de nome, escolhendo-o. Este ficou VPV. Com todos os entusiasmos e as mordomias inerentes. O problema é que não sou católico e não concordo com o princípio da infalibilidade papal por causa da iluminação do espírito santo. E desprezo a atitude subserviente que por aí vejo frequentemente assumida na leitura de certas encíclicas. Ainda para mais quando vejo essa atitude em pessoas em que não encontro mais vestígios de modéstia em quaisquer outros aspectos da sua vida.

Regressando às encíclicas de S.S. VPV: por diversas razões, a começar muitas vezes pela sua acuidade, não as aprecio. Nem estas, nem as outras, nem os apreciadores entusiasmados de ambas.

* à cidade e ao mundo (loc. latina)

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