
Penitenciando-me, lembrei-me de recuperar uns versos de meu pai, escritos a troçar da intenção, nunca concretizada, de seu sogro passar a usar uma dentadura em substituição da dentição que tinha… desaparecido. Aprecio-os sobretudo pelo ritmo e pelas rimas:
Tudo esquece, tudo passa,
Mas recordo uma promessa,
De meu sogro, ao vir da missa:
Dentadura, linda, grossa,
Vou pô-la logo que não tussa!
Eu bem sei não ter já graça,
Mas passou-me pela cabeça,
Cometer a injustiça,
De sorrir e fazer troça,
De tão célebre dentuça!
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