Outro dia, encontrei-me pela enésima vez na situação de ter que contrariar um meu interlocutor que, a propósito de uma entrevista que saíra no Expresso (a com Carlos Queiroz), partia do pressuposto que eu comprara o jornal. Penso que já aqui escrevi que considero o Expresso uma fraude. Folheie-se o jornal e constata-se que mais de metade do espaço se destina à publicidade – há mesmo separatas inteiras dedicadas a ela! – e o que sai publicado na parte restante não justifica em quantidade e qualidade o dobro do preço cobrado, quando em comparação com as edições de fim-de-semana da concorrência.
Contudo, como fraude, creio que ela é simultaneamente uma fraude entrosada noutra fraude: a da preocupação com a informação e a cultura demonstrada pela classe média-alta portuguesa. Nesse aspecto, o jornal Expresso satisfaz como mais nenhum as necessidades daquela classe em mostrar essa preocupação com o menor cansaço intelectual: há um saco de plástico que passa por status, na realidade repleto de separatas que são para o lixo e depois, há os dois ou três cadernos de leitura obrigatória, cujas páginas se folheiam rápida e compassadamente, preenchidas pela metade com publicidade…
Contudo, como fraude, creio que ela é simultaneamente uma fraude entrosada noutra fraude: a da preocupação com a informação e a cultura demonstrada pela classe média-alta portuguesa. Nesse aspecto, o jornal Expresso satisfaz como mais nenhum as necessidades daquela classe em mostrar essa preocupação com o menor cansaço intelectual: há um saco de plástico que passa por status, na realidade repleto de separatas que são para o lixo e depois, há os dois ou três cadernos de leitura obrigatória, cujas páginas se folheiam rápida e compassadamente, preenchidas pela metade com publicidade…
O Expresso é um jornal que, reconhecidamente, não serve para se ler. O Expresso serve apenas para mostrar que se leu – os cabeçalhos nos casos mais extremos da preguiça... Como em muitos outros exemplos, é um excelente paradigma de como colectivamente tendemos a ser – a começar pelas elites! – um povo superficial e pouco exigente consigo mesmo. O que nos torna tristes porque depois não gostamos de nos revermos assim. Mas, não nos esqueçamos, que se assim não fosse, nunca teríamos a oportunidade de possuir como faróis da intelectualidade mediática figuras tão distintas como Marcelo Rebelo de Sousa ou Vasco Correia Guedes…
Até qu enfim alguém diz melhor do que eu seria capaz o que eu sinto e pratico em relação ao Expresso há já muitos anos.
ResponderEliminar[E a pipa de papel que que o expresso arrebanha?]
E como eu sei que a Maria do Sol aprecia os Sábados!
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