Durante o período da Guerra-Fria criou-se a expressão Terceiro Mundo para distinguir os países que a ele pertenciam dos outros, os que estavam engajados em qualquer dos blocos que se defrontavam pela supremacia mundial, liderados pelos Estados Unidos e pela União Soviética. Além disso, realçava-se que esses dois Mundos, o Primeiro e o Segundo, se distinguiam do Terceiro, pelas condições materiais muito mais favoráveis em que viviam as suas populações. Só que o Primeiro e o Segundo Mundo podiam ser tão diferentes quanto aquilo que observamos nesta fotografia, tirada em Moscovo num dia de Verão dos anos 50 ou 60.
À esquerda, podemos identificar facilmente o jovem turista como ocidental, por causa da máquina fotográfica, das calças de ganga reviradas ou do blusão de cabedal, embora deva ser oriundo de um país da Europa setentrional, pouco habituada ao calor, por causa daquelas sandálias com meias… À direita, e mostrando um enorme contraste com o ar descontraído do turista, o jovem soviético fardado exibe um ar desconfiado para a câmara e, enquanto caminha, parece procurar respeitar uma certa distância para com as ilusões materiais do capitalismo, numa fronteira abstracta que parece corresponder ao risco branco traçado no chão…
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