
31 outubro 2009
PEDRO PASSOS COELHO EM FOTOGRAFIA

OS CÃES DE PAVLOV

Mas as observações que têm vindo a ser realizadas com alguns humanos têm mostrado que o condicionamento clássico pode perdurar pelo menos por uns 20 anos. Tomemos o exemplo da forma como os comunistas analisavam a situação política internacional nos bons velhos tempos da Guerra-Fria: havia os bons – os soviéticos e o campo socialista – e os maus – os americanos e o campo capitalista. Depois, quando a Guerra-Fria acabou e os bons desapareceram, o estímulo dos comunistas contra os maus lá permaneceu, tal qual a salivação dos cães de Pavlov em resposta ao toque da campainha.

Só que, por vezes, mais do que uma questão de dialéctica, torna-se uma questão de ridículo! Nunca percebi muito bem a questão hondurenha, a não ser que devia ser mais complexa que o maniqueísmo (de Pavlov) com que ela costumava ser apresentada. Hoje aparece a notícia do fim da crise, com a recondução do bom (Manuel Zelaya) numa solução diplomática patrocinada pelos maus (americanos) e com fotografias de apoiantes do bom a celebrarem debaixo da bandeira dos maus (abaixo) … Claro que, dialecticamente, tudo se explica, mas eu estou mais como o ditado(*): compreendo melhor os cães…

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30 outubro 2009
O PROFESSOR MARCELO
É preciso reconhecer que mesmo antes de Maria de Lurdes Rodrigues, já a categoria e o título de professor andavam pelas ruas da amargura na consideração social. Recorde-se, para exemplo e apenas entre os professores que são mais conhecidos, o professor Alexandrino (acima) e as suas hipnotizações, que deixam os hipnotizados hirtos e firmes como uma barra de ferro, ou então, o menos mediático mas não menos famoso, professor Bambo (abaixo) e as suas curas, que são sempre eficazes em aspectos tão distintos da nossa vida quanto a nossa imaginação pode alcançar…
E há, evidentemente e num patamar mais qualificado, o professor Marcelo e as suas famosas análises políticas de Domingo que a todos nos encantam. Nem de propósito, ontem parece ter havido uma operação concertada de (re)lançamento da sua pessoa como próximo líder do PSD (abaixo), dez anos depois de a ter abandonado de uma forma surpreendente e inexplicável, depois de dois congressos que o sufragaram de uma maneira esmagadora (o XX e o XXI), numa atitude que, veio-se a descobrir dois anos depois, parece ser uma característica dos confessandos de frei Vítor Milícias…
Caso a encenação desta vaga de fundo o satisfaça e Marcelo Rebelo de Sousa aceite regressar à presidência do PSD, deixa-me antecipadamente curioso a explicação que ele possa dar para a aceitação. Afinal, não é todos que se consegue arranjar uma aldrabice ainda mais imaginativa que o famoso nem que Cristo desça à Terra, garantido em vésperas do XVIII Congresso que o elegeu… Com tantas descidas e ascensões de Cristo talvez fosse melhor que se arranjasse um elevador para o céu, como o que foi descrito por Arthur C. Clarke em 3001, Odisseia Final. Como também seria a odisseia final de Marcelo…
E há, evidentemente e num patamar mais qualificado, o professor Marcelo e as suas famosas análises políticas de Domingo que a todos nos encantam. Nem de propósito, ontem parece ter havido uma operação concertada de (re)lançamento da sua pessoa como próximo líder do PSD (abaixo), dez anos depois de a ter abandonado de uma forma surpreendente e inexplicável, depois de dois congressos que o sufragaram de uma maneira esmagadora (o XX e o XXI), numa atitude que, veio-se a descobrir dois anos depois, parece ser uma característica dos confessandos de frei Vítor Milícias…
Caso a encenação desta vaga de fundo o satisfaça e Marcelo Rebelo de Sousa aceite regressar à presidência do PSD, deixa-me antecipadamente curioso a explicação que ele possa dar para a aceitação. Afinal, não é todos que se consegue arranjar uma aldrabice ainda mais imaginativa que o famoso nem que Cristo desça à Terra, garantido em vésperas do XVIII Congresso que o elegeu… Com tantas descidas e ascensões de Cristo talvez fosse melhor que se arranjasse um elevador para o céu, como o que foi descrito por Arthur C. Clarke em 3001, Odisseia Final. Como também seria a odisseia final de Marcelo…

29 outubro 2009
SOBRE O DESPOTISMO EM INSTALAÇÕES ESCOLARES

Prezada Senhora Deputada
Chegou hoje ao meu conhecimento que esta tarde se verificou uma luta de gangs à porta da Escola Secundária Camilo Castelo Branco em Carnaxide, onde moro, no seguimento do qual houve um dos miúdos mais novos que acabou em peúgas… Como a considero uma deputada que se tem mostrado publicamente preocupada com os problemas de despotismo nas nossas escolas, como tivemos ocasião de presenciar aliás recentemente naquela sua manifestação à porta do Colégio Militar, vinha propor-lhe a organização de um evento semelhante à porta da Escola Secundária Camilo Castelo Branco em Carnaxide. Não só a SIC fica aqui por perto como lhe asseguro que será muito fácil arranjar muito mais do que três mães preocupadas e não haverá as chatices das contra-manifestações das tias.
Cumprimentos
A.Teixeira
PS – É possível que entre os membros dos gangs se possam contar alguns membros de minorias étnicas… Não faz mal, pois não?
Das notícias que houver darei conta no blogue.
MICHEL GREG








28 outubro 2009
A PROIBIÇÃO







27 outubro 2009
OBAMA DECIDIU NÃO DECIDIR POR ENQUANTO


(1) - No Examiner, no ABC on-line, no Los Angeles Times, no Wall Street Journal, etc.
OBTUSIDADE NO QUARTEL GENERAL

Este mês cumpriu-se mais uma etapa desse realinhamento progressivo, quando o Senado dos Estados Unidos aprovou a legislação – referida na imprensa como a Kerry-Lugar Bill – referente ao programa de auxílio ao Paquistão para os próximos cinco anos, num montante aproximado de 7.500 milhões de dólares. A quantia pode parecer enorme, mas as reacções iradas provindas de Islamabad e de Rawalpindi (em contraste com o silêncio tacitamente aprovador de Nova Deli) mostram que os receptores parecem ser uns ingratos.
No quadro das encenações que rodeiam estes eventos, o Chefe de Estado-Maior do exército paquistanês, General Ashfaq Kayani organizou no principio deste mês uma com todos os seus 122 Comandantes de Corpo (fotografia inicial), onde expressou o desagrado dos militares com as cláusulas constantes deste programa de auxílio agora aprovado(1). Valha a verdade que há uma grande tradição de desrespeito por parte dos militares paquistaneses das cláusulas restritivas ao auxílio que de há muito lhes foi prestado pelos norte-americanos(2).
Mas, no meio desses protestos, tanto os militares paquistaneses e o seu braço político da Jamaat-i-Islami parecem não estar dispostos a aperceber-se que alguma coisa tem vindo (e continua) a mudar na estratégia norte-americana. Por um lado, como escrevi ao princípio, parecem não querer ver que o seu aliado preferencial naquela região para o futuro tenderá a ser a Índia e não o Paquistão e que é apenas o cuidado diplomático em não ferir susceptibilidades que os impede de assumir essa mudança de uma forma mais descarada.
Por outro lado, embora se escreva que ainda não se têm ideias sólidas para a solução do problema afegão, parece claro que na Administração Obama já se aperceberam que, se se mantiver o status quo do passado e não houver pressões sérias sobre eles, os militares paquistaneses nunca se disporão a fazer parte de qualquer solução para o Afeganistão que os Estados Unidos pretendam implementar.
Mas o pior para eles é que a Índia, a arqui-inimiga do Paquistão, terá tido sucesso em persuadir as outras partes que a incapacidade dos paquistaneses para conterem as acções dos grupos terroristas islâmicos como o Jaish-e-Mohammed ou o Jamaat-ud-Dawa é deliberada. O paradoxo é que a causa poderá ser deliberada, mas poderá ser meramente resultado da sua incompetência ou até uma mistura das duas e os militares paquistaneses estão colocados na situação insustentável de não se poderem confessar incapazes de controlar as acções dos extremistas islâmicos que se acoitam dentro do seu próprio país.
Uma das chantagens recorrentes que os militares paquistaneses têm vindo a usar com o exterior nas últimas décadas é que, sem eles, se corre o risco de desintegração do Paquistão. Mas, na prática, para os outros vizinhos do Paquistão, essa ameaça situar-se-á hoje em segundo plano perante as causadas pelos grupos radicais islâmicos que ali se acolhem. Seja entre o tradicional aliado chinês, a braços com as complicações com a minoria uigur muçulmana no Xinjiang, que as considera fomentadas também pelo radicalismo islâmico, seja entre o tradicional rival iraniano que, quando os seus problemas envolvem grupos radicais islâmicos transfronteiriços, até mostra preferir resolver os seus problemas no Paquistão sem passar qualquer cavaco às respectivas autoridades.
Sopesando os restantes factores na balança, convém não esquecer que, para manter a sua permanência no Afeganistão, os Estados Unidos precisam de um Paquistão que se mostre minimamente estável pois é por lá que passam ¾ dos seus reabastecimentos logísticos para aquele Teatro de Operações. Mas convém não esquecer também que a autonomia estratégica do Paquistão já não é o que era, que se transformou num país que não se consegue sustentar financeiramente e que teve de contrair recentemente um empréstimo de 11.500 milhões de dólares patrocinado pelo FMI(3). E todos sabem que poderes estão por detrás do FMI.
(1) Os norte-americanos podem inserir cláusulas deste teor nos programas de auxílio a outros países, lembremo-nos, no caso de Portugal, das cláusulas restritivas que impediam que certo material militar que fora cedido ao abrigo da cooperação da NATO fosse empregue nas Guerras em África.
(2) Desde os apoios para a guerrilha afegã, na década de 1980, que foram transformados em aquisições de armamento convencional para o exército paquistanês até aos fundos para a guerra contra o terrorismo islâmico que tiveram o mesmo destino nesta última década.
(3) Apesar dos esforços desenvolvidos pelo Paquistão junto dos aliados endinheirados: a China e a Arábia Saudita.
26 outubro 2009
O TRANSEXUAL POR CAUSA DO DOPING
Uma das grandes revelações provocadas pela Queda do Muro de Berlim, de algo de que anteriormente se suspeitara mas não se pudera provar, foram os programas de preparação dos atletas (especialmente das atletas femininas) dos países do Bloco Leste que lhes permitiam alcançar resultados desportivos extraordinários mas à custa da ingestão de substâncias que eram proibidas – aquilo a que se costuma dar o nome de doping.





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25 outubro 2009
PEDRO SANTANA LOPES EM MÚSICA
Já que estou numa de postar vídeos aos pares, aproveito para inserir uma dupla de músicas associáveis a Pedro Santana Lopes:
Com o vídeo com o qual ele gostará de ser associado…
…e com o vídeo com o qual eu gosto de o associar.
ENCONTROS E DESPEDIDAS EM DUAS VERSÕES
Normalmente não tenho hesitações em escolher a versão de uma mesma música de que gosto mais. Mas há excepções e esta é uma delas. A música é de Milton Nascimento e de Fernando Brant e data de 1985. As interpretações são as duas ao vivo, de Setembro (Maria Rita) e Dezembro (Simone) de 2006. Se insiro primeiro a de Simone é por uma questão de etiqueta:
Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
´Tou chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero
Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega p´ra ficar
Tem gente que vai p´ra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida…
A CANJA DO POBRE

José Pacheco Pereira, Público 24/10/09
Antigamente, quando as galinhas eram criadas nas capoeiras e as suas canjas reputadas pelos seus valores terapêuticos, dizia-se que quando um pobre comia galinha era porque um deles estava doente. Seguindo precisamente essa mesma lógica, quando José Pacheco Pereira cita e, ainda por cima, elogia Vasco Pulido Valente é porque um daqueles dois egos estará doente.
PS – Por se ter mencionado o assunto, será que a proverbial dificuldade de Vasco Pulido Valente em reconhecer os seus erros também terá a ver com essa dificuldade em explicar a mediocridade aos medíocres? É que, implicitamente, também existe a dificuldade dos medíocres em reconhecê-la… Afinal, mesmo partindo do princípio que Vasco Pulido Valente é medíocre, sempre é possível que um medíocre, num momento de rara lucidez, estabeleça uma regra interessante…
24 outubro 2009
CARLOS, O CORAJOSO
Nos princípios de 1990, numa das raras remodelações que Cavaco Silva efectuou ao XI Governo (1987-91), nomeou para a pasta da Defesa o Eng.º Carlos de Brito, distinta figura do Norte, substituindo outra figura da região, o também Eng.º Eurico de Melo. A nomeação data de 5 de Janeiro e os dias sucederam-se sem que o novo ministro desse qualquer sinal de se dispor a vir tomar posse do seu novo cargo… Perante o incómodo crescente da situação, começaram a circular rumores sobre inesperados problemas de saúde, nomeadamente do foro psicológico, do novo ministro da Defesa.


(*) Passado pouco tempo, percebi que tinha cometido um erro. O perfil psicológico de Carlos de Brito não se adaptava ao lugar de ministro da Defesa, como ele próprio me tinha alertado. Pediu-me que o substituísse logo que fosse possível, porque não se sentia bem de saúde (2º Volume, p.110).
(**) Não conseguiu assumir o lugar, nem conseguiu assumir junto de Cavaco Silva que era incapaz de o assumir...
23 outubro 2009
ESTADOS POLICIAIS...
Havendo muitos pormenores a distingui-los, os episódios filmados nos dois vídeos abaixo consistem essencialmente em situações idênticas: trata-se do exercício de uma violência das forças da ordem (que se percebe de uma forma mais do que evidente que é excessiva) sobre um dos membros da assistência durante um evento público. Os dois acontecimentos têm dois anos, o primeiro aconteceu na Suíça, por ocasião de um jogo de apresentação de pré-temporada do Benfica, o segundo nos Estados Unidos, por ocasião de um debate organizado na Universidade da Florida, com a presença do senador John Kerry.
Mas o que é substancialmente diferente para além dos pormenores já referidos e doutros são as reacções das duas plateias… Embora a Suíça seja considerada o país mais disciplinado da Europa, no caso do primeiro vídeo, considerada a previsível composição maioritariamente lusitana da assistência do jogo, talvez esse facto fosse irrelevante. Mas o importante é que a atitude abusiva dos seguranças gerou uma indignação tal fora do campo que provocou uma reacção em crescendo da assistência que se veio a tornar, por sua vez, disparatadamente violenta. O contraste não podia ser maior com aquilo que podemos ver no vídeo abaixo:
Na plateia civilizada da Universidade da Florida apenas se deixam ouvir, aqui e além, algumas expressões indignadas sobre o comportamento que os polícias estavam a assumir. Nem se vê qualquer reacção física aos pedidos de ajuda do detido. Ironizando, comparado com o dos Estados Unidos, é visivel que o poder da autoridade policial na Europa, mesmo na Suíça, parece ser uma brincadeira… Uma comparação interessante: vêem-se 4 seguranças nos incidentes no estádio suíço, mas são 6 os polícias presentes na detenção no auditório. Se calhar deviam lá estar todos porque eram democratas e tinham vindo ouvir John Kerry…
A MAESTRIA DOS OCTOGENÁRIOS


22 outubro 2009
OS COROLÁRIOS DA LEI DE MURPHY

O que existe são os dez corolários da Lei de Murphy, que aqui apresento:
1. Nada é tão fácil quanto parece
2. Tudo demora mais tempo do que inicialmente se pensa
3. Se houver uma possibilidade de que várias coisas corram mal, então a que ocorre é a que provoca mais estragos
4. Quando nos apercebemos que há quatro maneiras possíveis de algo correr mal e nos prevenimos quanto a isso, desenvolve-se logo uma quinta maneira.
5. Entregues a si mesmas, as coisas tendem a ir de mal a pior.
6. Sempre que nos preparamos para solucionar algo, aparece qualquer outra coisa que tem de ser feita com prioridade
7. Qualquer solução também cria novos problemas
8. É impossível conceber algo à prova de estúpidos porque os estúpidos são ilimitadamente engenhosos
9. A natureza tende sempre a ficar do lado dos fiascos
10. A Mãe-Natureza é sacana
21 outubro 2009
A OPERAÇÃO LAM SON 719




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20 outubro 2009
O LÍDER E A EQUIPA



AEROFLOT



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