
No apogeu da União Soviética a
Aeroflot era considerada a maior companhia aérea do mundo. Era ela que dispunha da maior frota de aviões: 11.000 no total! Com o seu símbolo da foice e do martelo alados (acima), símbolo esse que, ao contrário de muitos outros da mesma era,
se tem mantido mesmo depois do desaparecimento da União Soviética, a companhia detinha então o monopólio do tráfego aéreo civil no interior do país para além de ser a única companhia soviética que explorava as rotas aéreas comerciais entre a União Soviética e o exterior. Outra característica sua é que operava exclusivamente com aviões de concepção soviética: os
Antonov, os
Ilyushin e os
Tupolev.

Nesse mundo das décadas de 50 e 60, que estava então praticamente dominado a Ocidente no campo da aviação civil pelas construtoras aeronáuticas norte-americanas, especialmente a
Boeing e a
Douglas, as aeronaves utilizadas pela
Aeroflot apresentavam-se como verdadeiras alternativas técnicas aos modelos ocidentais. Na publicidade acima e abaixo, datada do principio dos anos 60 e especialmente dirigida ao mercado anglo-saxónico, a
Aeroflot propunha-se competir com as suas congéneres ocidentais em voos de longa distância (Moscovo – Nova Iorque e Moscovo – Tóquio) através do
Tu-114, uma aeronave que nada ficava a dever aos rivais
Boeing 707 ou
DC-8.

Contudo, é verdade é que os
narizes tipicamente envidraçados das aeronaves da
Aeroflot (abaixo) faziam-nos recordar de imediato como eles estavam preparados para ser reconvertidos em
aviões de combate em caso de guerra… Mas a constatação triste deste
poste é que a
Aeroflot herdeira dessa legendária da era soviética
(*), apesar de manter a foice e o martelo no logotipo, ter-se-á
rendido finalmente às regras da economia e do marketing, pretendendo trocar até ao fim deste ano, as aeronaves de origem russa por aviões ocidentais da
Airbus e da
Boeing, mais económicos, e seleccionando as hospedeiras
pela figura e pela simpatia… Parece o fim de uma era… também no ar.
(*) Com a separação das repúblicas da União Soviética, cada uma criou a sua própria companhia de aviação. Contando com as privadas, há actualmente centenas de companhias de aviação nos espaços aéreos onde antes a Aeroflot operava exclusivamente.
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