20 outubro 2009

AEROFLOT

No apogeu da União Soviética a Aeroflot era considerada a maior companhia aérea do mundo. Era ela que dispunha da maior frota de aviões: 11.000 no total! Com o seu símbolo da foice e do martelo alados (acima), símbolo esse que, ao contrário de muitos outros da mesma era, se tem mantido mesmo depois do desaparecimento da União Soviética, a companhia detinha então o monopólio do tráfego aéreo civil no interior do país para além de ser a única companhia soviética que explorava as rotas aéreas comerciais entre a União Soviética e o exterior. Outra característica sua é que operava exclusivamente com aviões de concepção soviética: os Antonov, os Ilyushin e os Tupolev.
Nesse mundo das décadas de 50 e 60, que estava então praticamente dominado a Ocidente no campo da aviação civil pelas construtoras aeronáuticas norte-americanas, especialmente a Boeing e a Douglas, as aeronaves utilizadas pela Aeroflot apresentavam-se como verdadeiras alternativas técnicas aos modelos ocidentais. Na publicidade acima e abaixo, datada do principio dos anos 60 e especialmente dirigida ao mercado anglo-saxónico, a Aeroflot propunha-se competir com as suas congéneres ocidentais em voos de longa distância (Moscovo – Nova Iorque e Moscovo – Tóquio) através do Tu-114, uma aeronave que nada ficava a dever aos rivais Boeing 707 ou DC-8.
Contudo, é verdade é que os narizes tipicamente envidraçados das aeronaves da Aeroflot (abaixo) faziam-nos recordar de imediato como eles estavam preparados para ser reconvertidos em aviões de combate em caso de guerra… Mas a constatação triste deste poste é que a Aeroflot herdeira dessa legendária da era soviética(*), apesar de manter a foice e o martelo no logotipo, ter-se-á rendido finalmente às regras da economia e do marketing, pretendendo trocar até ao fim deste ano, as aeronaves de origem russa por aviões ocidentais da Airbus e da Boeing, mais económicos, e seleccionando as hospedeiras pela figura e pela simpatia… Parece o fim de uma era… também no ar.
(*) Com a separação das repúblicas da União Soviética, cada uma criou a sua própria companhia de aviação. Contando com as privadas, há actualmente centenas de companhias de aviação nos espaços aéreos onde antes a Aeroflot operava exclusivamente.

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