
Nos gira-discos mais antigos, como os parecidos com o da fotografia que encima este poste, a patilha tinha três opções 33, 45 ou 78 rpm. Os discos pequenos (designados por singles) tocavam-se a 45 rpm, os grandes (designados por LPs) a 33 rpm, e as 78 rpm estavam guardados para uns discos misteriosos, doutra geração e pesados como chumbo, que o meu avô me pediu uma vez para ouvir uns, emprestados, num momento raro de convívio entre gerações à volta de um gira-discos…

Quando reproduzido num regime mais baixo do que o indicado (um disco de 45 rpm tocado a 33 rpm, por exemplo) o som do disco soava distorcidamente grave; no caso inverso (de 33 para 45 rpm) ele tornava-se ridiculamente agudo, e o efeito era ainda mais bizarro quando se experimentavam as 78 rpm. Mas, se tanto tempo perco a explicar esta questão das rotações, é para a enquadrar com as prédicas de Marcelo Rebelo de Sousa, uma pessoa reconhecidamente brilhante.

Já se terá Marcelo apercebido que o You Tube é um meio que não o favorece? O You Tube, como os deslizes da arbitragem no futebol, permite repetições em câmara lenta, para escutarmos mais atentamente o conteúdo das suas afirmações… Um pequeno exemplo retirado do seu primeiro vídeo do Assim Não: Em que aspecto sociológico específico estará Marcelo a pensar quando nos sugere a presença de um sociólogo numa eventual comissão que aconselhasse a grávida na decisão sobre o aborto*?...
*Aos 2m15: (…) Pode abortar porque sim… Tem de ouvir alguém? Não. Não está aconselhamento na lei. Nem psicólogo, nem médico, nem sociólogo, nem ninguém…
“Aquilo que hoje é verdade, amanhã será mentira!” e vice-versa, acrescento eu.
ResponderEliminarCreio que esta frase (de Pinto da Costa?) foi aplicada ao futebol.
Os políticos serão assim tão diferentes dos dirigentes ditos desportivos?
Pensando num exemplo como Luís Filipe Meneses a resposta, claramente, é não.
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