18 novembro 2018

A CHEGADA DA «INTELIGÊNCIA» AO PODER

18 de Novembro de 1993. Com o voto favorável de 234 membros (132 republicanos e 102 democratas) e a oposição de 200, a Câmara dos Representantes norte-americana aprova o NAFTA, o acordo de comércio livre entre o Canadá, os Estados Unidos e o México. Seguir-se-ia a aprovação do Senado (61-38 votos), até à sua entrada em vigor a 1 de Janeiro de 1994. Durante mais de vinte anos o acordo esteve em vigor, durante as presidências de Clinton, Bush e Obama, sujeito a rectificações menores pelas partes, até à chegada ao poder de Donald Trump que o qualificou de «pior acordo de comércio firmado por qualquer país» (abaixo). Anunciou que o iria renegociar em benefício do seu país e, para melhorar a sua posição negocial, Trump fomentou uma espécie de crise. O resultado foi um novo tratado que o actual presidente americano se apressou a descrever como «maravilhoso». No concreto, a atitude mais prudente é a de aguardar pelo real impacto das alterações introduzidas, tendo presente que, no outro prato da balança, repousa um esfriamento glacial nas relações pessoais entre dirigentes: o canadiano Justin Trudeau foi ostensivamente vexatório para Donald Trump quando teve oportunidade. Trump parece crer que terá valido a pena trocar as vantagens comerciais que considera ter adquirido pela hostilidade canadiana, assim como a demonstração implícita de que os membros do Congresso de há vinte e cinco anos estavam errados, assim como o estiveram nesses vinte e cinco anos os seus três antecessores. No quotidiano, há aqueles clientes que, perante uma fila de espera de caixas de supermercado que se apresenta flagrantemente mais curta do que todas as outras, avança com o seu carrinho, sorridente e confiante, para essa fila, como se o resto da clientela do supermercado fosse estúpida e adorasse fazer filas e perder tempo. 99% das vezes a fila mais curta esconde um segredo que desqualifica o imbecil de a utilizar e que o faz voltar para trás, de orelha murcha e perante o sorriso vingativo de quem está nas filas adjacentes. O palerma, afinal, é só um. Agora há um espécimen desses na Casa Branca...

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