03 janeiro 2007

NOVA CORRIDA NO ESPAÇO?

Como se se tratasse de uma daquelas gigantescas encenações que, passadas décadas, se preparam para serem levadas novamente à cena, parece que norte-americanos, russos, chineses e, pelos vistos, também os indianos, pretendem reeditar uma segunda versão de uma corrida espacial envolvendo veículos tripulados e em que o objectivo próximo anunciado será a chegada à Lua.

Se nos Estados Unidos e na Rússia – que aqui fazem figuras dos veteranos que já participaram no espectáculo original (embora os russos não tenha chegado a ir à Lua) – os problemas se põem sobretudo em termos de procura de fontes de financiamento e na pesquisa de novas soluções que sejam tecnologicamente mais económicas, nos casos chinês e indiano a esmagadora maioria dos problemas que se deparam deverão ser mesmo de pioneirismo tecnológico.

Depois dos chineses se terem tornado no terceiro país a possuírem autonomamente a tecnologia para a colocação de naves espaciais tripuladas em órbita, indispensável para a futura realização de viagens lunares, com as naves Shenzou em 2003 e 2005, a Índia parece também mostrar interesse na posse futura da mesma tecnologia, invocando o desejo de não querer ficar para trás na exploração dos recursos minerais lunares.

Entre todos estes programas espaciais promissores, a que há que adicionar ainda o do Japão, situa-se o da Agência Espacial Europeia (ESA) cujo seu problema fulcral é político e está ainda a montante dos do financiamento ou das suas realizações tecnológicas. Sendo mais um daqueles organismos europeus que eram financiados pelos alemães para benefício dos franceses, qual será a sua opção estratégica para o futuro?

Na Europa, optar-se-á por participar na corrida à Lua, ou não? E a fazê-lo, será num regime de autonomia total em relação a todos os concorrentes, ou por uma parceria preferencial com os norte-americanos ou por uma outra, mas com os russos? E quais serão as futuras regras de financiamento dos vários países europeus para a ESA? É que a sua sede fica em Toulouse, na França, e a sua base de lançamentos em Kourou, na Guiana Francesa, os franceses não têm dinheiro para aquilo tudo e os alemães perderam a sua boa disposição de outrora...

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