13 novembro 2006

A PROPÓSITO

A propósito dos dois postes mais recentes, um a respeito da política de saúde e outro sobre a contribuição ímpar do factor tempo para o julgamento dos resultados da aplicação de uma determinada política, penso que já se tenha passado o tempo suficiente para avaliar a concretização da política de numerus clausus para a admissão de estudantes ao ensino superior para os cursos de medicina e enfermagem.

E, embora seja um assunto que tem andado convenientemente fora da agenda política dos partidos (por razões que até nem são difíceis de descobrir…) os resultados actuais em termos de escassez de recursos humanos no sector da saúde, quando o país sempre dispôs da capacidade para os formar, são inequívocos quanto à conclusão que durante um período continuado de tempo, 20 a 25 anos e sob a égide de titulares consecutivos das pastas da educação e da saúde, a gestão do problema esteve entregue a uns imbecis irresponsáveis.

Só isso explica que durante quase uma geração tenha havido tantos estudantes portugueses que tenham tido de ir obter a sua formação nas áreas acima mencionadas ao estrangeiro (para depois vir a ser reconhecida – paradoxalmente – em Portugal...) enquanto entre nós havia capacidade instalada para os formar, capacidade essa que acabou por ser aproveitada parcialmente (no caso de cursos de especialização) por cidadãos estrangeiros que se haviam formado no estrangeiro, como se vê pelos médicos de origem estrangeira que aqui vêm obter a sua especialidade…

É caso para se poder concluir que parece ter havido uma discriminação contra os próprios cidadãos nacionais que, havendo essa oportunidade, se podiam ter realizado profissionalmente como médicos ou enfermeiros para estarem a ocupar hoje lugares que estão a ser ocupados por espanhóis e cidadãos vindos de países de leste. E num número tal que dispensasse as preocupações do actual titular da pasta da saúde, Correia de Campos, ao racionalizar os efectivos das urgências…

Quanto ao responsável ou responsáveis por este verdadeiro monumento à incompetência administrativa, se seguiram o exemplo ilustre de dois grandes dirigentes da nossa história portuguesa recente, devem andar lá por fora, ou pelos quadros da União Europeia, ou pelos das Nações Unidas…

2 comentários:

  1. Que pena não podermos “exportar” mais alguns!!!
    Era um alívio...

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  2. O problema era atrapalharmos as funções do Instituto do Comércio Externo que têm por missão proclamar por esse mundo fora que "Made in Portugal" é uma marca de qualidade...

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