08 agosto 2006

A CONTRIBUIÇÃO DOS ROLLING STONES PARA A ANÁLISE ESTRATÉGICA


TIME IS ON MY SIDE*
(The Rolling Stones)

Time is on my side, yes it is
Time is on my side, yes it is

Now you always say
That you want to be free
But you´ll come running back (said you would baby)
You´ll come running back (I said so many times before)
You´ll come running back to me

Oh, time is on my side, yes it is
Time is on my side, yes it is
You´re searching for good times
But just wait and see
You´ll come running back (I wont have to worry no more)
You´ll come running back (spend the rest of my life with you, baby)
You´ll come running back to me

Go ahead, go ahead and light up the town
And baby, do everything your heart desires
Remember, I´ll always be around
And I know, I know
Like I told you so many times before
You´re gonna come back, baby
cause I know
You´re gonna come back knocking
Yeah, knocking right on my door
Yes, yes!

Well, time is on my side, yes it is
Time is on my side, yes it is

cause I got the real love
The kind that you need
You´ll come running back (said you would, baby)
You´ll come running back (I always said you would)
You´ll come running back, to me

Yes time, time, time is on my side, yes it is
Time, time, time is on my side, yes it is
Oh, time, time, time is on my side, yes it is
I said, time, time, time is on my side, yes it is
Oh, time, time, time is on my side
Yeah, time, time, time is on my side.

Quando as situações se apresentam muito confusas e difíceis de se extrair conclusões, como agora acontece com a invasão do Líbano por Israel, a pergunta pertinente a fazer para perceber, por detrás das aparências, quem está a vencer e a beneficiar com a situação existente, é a de encontrar a facção que se mostra efectivamente menos preocupada com a alteração da situação.

No exemplo vertente, por muitas proclamações oriundas do lado israelita, o aparecimento de artigos destes publicados em vários jornais norte-americanos, admitindo abertamente as suas dificuldades em desalojar os milicianos do Hezbollah, parecem indicar que, salvo a hipótese cada vez mais improvável de Israel obter uma espectacular vitória militar de última hora, o tempo está mesmo do lado da milícia xiita.

E sendo assim, mesmo podendo a invasão acabar tecnicamente numa espécie de empate militar, ela torna-se numa tremenda derrota política para Israel.


* O tempo está do meu lado. Perdoar-me-ão, mas as traduções que encontrei da letra não me entusiasmaram por aí além. Deixem-me sintetizá-la dizendo que, naquele tempo, o tempo estava, de facto, do lado dos Rolling Stones...

2 comentários:

  1. Talvez os israelitas estejam também a tentar esticar a corda... uma escalada da violência, com bombardeamento de infraestruturas civis, seguido de um bombardeamento de civis, poderá tentar outros (Síria?, Irão???) a entrar em jogo... contra exércitos, Israel teria a vida mais facilitada...

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  2. Penso ser improvável. Ou Israel ataca directamente a Síria - o que seria um verdadeiro desastre político nesta altura, na minha opinião - onde a Síria se sentiria na obrigação de mostrar que reage, ou, do lado da Síria não existe qualquer motivo para se intrometer no terreno e perder aquilo que considera que já recuperou com a presente crise: capacidade de influência na política interna libanesa.

    Mesmo do lado de Israel, note-se que, historicamente, sempre que ele se engajou com mais de um inimigo simultaneamente (Seis Dias, Yom Kippur) foram os inimigos que se coordenaram para o ataque...

    Não vejo porque razão iria Israel quebrar desta vez a sacrossanta regra de engajar detalhada e separadamente cada inimigo.

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