10 agosto 2022

DONALD TRUMP E A 5ª EMENDA

Exibem-se aqui cinco vezes em que, no passado, Donald Trump havia verberado o recurso à invocação da 5ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, uma norma que permite aos cidadãos recusarem-se a responder às questões que lhe são colocadas em tribunal, invocando que a resposta os levaria a incriminarem-se a si próprios. Naquela sua lógica básica, vocacionada para ter ressonância nas bancadas, e como o vemos perguntar-se repetidamente nas imagens acima: «Se estão inocentes, porque é que invocam a 5ª Emenda?» E agora há o comportamento de Donald Trump, quando, ao fim de anos e anos de manobras dilatórias, finalmente conseguiram colocá-lo a depor oficialmente (abaixo). Em circunstâncias onde as mentiras podem ser sancionadas com acusações de perjúrio. E ali, pelo menos no que se refere ao assunto das suas finanças pessoais, o ex-presidente não parece estar nada inocente, fazendo fé na sua própria lógica quanto à questão das motivações para a invocação da 5ª Emenda constitucional. Se a opinião pública americana se regesse por alguma consistência, este episódio seria a constatação que afinal as pessoas se podem incriminar a si próprias, mesmo invocando a 5ª Emenda, ou até mesmo precisamente por a invocar, considerando os precedentes de quem a invoca. Mas a opinião pública americana é uma coisa muuuito esquisita.

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