A Índia tornou-se independente há precisamente 75 anos. Tornar-se-ia de imediato o segundo país mais populoso do Mundo. Só apenas esse aspecto, conferiria imenso destaque ao acontecimento. Contudo, preste-se atenção à sobriedade da redacção do título escolhido pelo Diário de Lisboa para o anunciar. Constate-se como a palavra independência não aparece nem uma única vez naqueles primeiros parágrafos da notícia. E como, por causa do cuidado em evitar usá-la, o que se noticia parece por isso resumir-se, ridiculamente, a um simples novo procedimento administrativo: «A partir de hoje, a Índia governar-se-á por si própria». Em contraste, ouça-se e leia-se mais abaixo a tradução do início do discurso proferido na ocasião pelo primeiro primeiro-ministro da Índia, Jawaharlal Nehru - «A Tryst with Destiny» (Um Encontro com o Destino). É considerado um dos dez mais importantes discursos em língua inglesa de todo o século XX.
Há muitos anos marcámos um encontro com o destino, e agora chega o momento em que resgataremos essa nossa promessa, não na sua totalidade ou plenamente, mas muito substancialmente.
Ao soar da meia-noite, enquanto o Mundo dorme, a Índia despertará para a Vida e para a Liberdade. Chega um daqueles momentos, que raramente ocorre na História, em que se sai do velho para o novo, quando termina uma Era e quando a Alma de uma nação, há muito reprimida, encontra a sua Expressão.
Ao soar da meia-noite, enquanto o Mundo dorme, a Índia despertará para a Vida e para a Liberdade. Chega um daqueles momentos, que raramente ocorre na História, em que se sai do velho para o novo, quando termina uma Era e quando a Alma de uma nação, há muito reprimida, encontra a sua Expressão.
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