4 de Agosto de 1972. O presidente ugandês Idi Amin endereça um ultimato aos membros da comunidade indiana residentes no país que haviam mantido a nacionalidade britânica: teriam 90 dias para abandonar o Uganda. A acompanhar a declaração desencadeia-se uma intensa campanha de propaganda tendo como alvo aquela população, que é acusada pelas autoridades e pela comunicação social de minar a economia nacional e de perpetuar a corrupção. Cinco dias passados e o ultimato é alargado aos residentes que fossem titulares de passaportes indianos, paquistaneses e bengalis. A medida abrange mais de 50.000 pessoas de ascendência indiana ou paquistanesa, apenas excluindo cerca de 23.000 membros daquelas comunidades que haviam optado pela nacionalidade ugandesa. Contudo, o ambiente era tão insuportável para todos eles, que, no fim do prazo, apenas 4.000 pessoas haviam optado por permanecer no Uganda e. mais de 5.000 empresas e propriedades haviam sido confiscadas. Apesar das condenações internacionais, a começar pelos governos afectados, britânico, indiano, paquistanês, a decisão prevaleceu porque não houve sanções significativas sobre o regime ditatorial de Idi Amin. Este é um dos exemplos mais flagrantes de perseguição racista dirigida a uma comunidade específica e ocorreu em África, perpetrada por africanos negros. Não se enquadra com as narrativas convencionais: algoz - europeu branco; vítima -qualquer outra raça. Deve ser por isso que quase ninguém está interessado em evocar esta expulsão súbita de 75.000 pessoas por motivos descaradamente cúpidos.
Só uma pergunta por curiosidade, hove alguma reparação por parte do Governo de Ubgada depois da queda do Ditador,para as famílias dos expulsos?
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