30 abril 2019

VOCÊS AINDA SE LEMBRAM?...

Há precisamente sete anos. E, se vale a pena evocá-los, não será para exonerar agora Mário Centeno de responsabilidades, que as reduções dos défices nunca se concretizam por milagre e têm um preço a pagar. Mas é importante conduzir a proporções decentes os argumentos de uma corrente de opinião que agora quer transformar os antecessores de Centeno numa espécie de percursores do seu sucesso. Porque, ao ler o que um dos seus antecessores prometia há sete anos, deixa de haver espaço para fantasias dessas. Os factos da História julgaram-no: ou as metas do então ministro das Finanças eram uma colossal aldrabice ou então ele era um incompetente colossal. Não se tratou de uma questão da sorte e azar do jogo político.
...e é preciso, no mínimo, ingenuidade empírica, para pressupor que as diminuições dos défices se comportam aritmeticamente. Quem passou pela experiência sabe que o que é difícil nunca são os primeiros cortes, são os últimos, quando já não se sabe por onde mais cortar e tem que se ir ao osso. É o tipo de conhecimento que se adquire na prática, não a dar aulas de economia. Segundo os últimos dados, a dívida pública portuguesa situava-se em 121,5% do PIB em finais de 2018.

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