25 abril 2019

O NONO CONGRESSO DO PARTIDO COMUNISTA CHINÊS

25 de Abril de 1969. Terminava o 9º Congresso do Partido Comunista Chinês que viera a decorrer desde o princípio do mês. Haviam comparecido 1.512 delegados e as sessões haviam-se prolongado por mais de três semanas. Entre as decisões principais, havia sido eleito o Comité Central de 170 membros efectivos e 109 suplentes. Desses 279 membros, os sinólogos haviam encontrado apenas 53 nomes que haviam transitado do Comité Central precedente, que fora eleito em 1956. Esta renovação de 81% dos membros do mais importante órgão dirigente na China eram sintoma e consequência da Revolução Cultural iniciada em 1966. Na prosa bombástica tão característica do comunismo chinês, a declaração final do Congresso incluía uma passagem em que se assegurava que "O Exército (chinês) esmagará o imperialismo americano e o revisionismo soviético". Mas o discurso inaugural de Mao, o relatório apresentado por Lin Biao e a nova constituição do partido (aprovada por unanimidade dos 1.512 delegados), não haviam sido divulgados, abrindo caminho para as especulações dedutivas dos sinólogos ocidentais. Pelo que se observava, a ascendência de Lin Bao confirmava-se (nas imagens acima ele aparecia sentado à direita de Mao), mas também a perenidade da presença de Zhou Enlai (que está sentado no lado oposto). Mas a sinologia, especialmente se aplicada ao quem é quem nas estruturas do PC chinês era uma disciplina não apenas exigente, como também capaz de intimidar qualquer leigo: bastava pronunciar com desenvoltura o nome dos membros do Bando dos Quatro! E quem é que não se maravilhava perante aqueles que faziam a distinção cristalina entre Yao Wenyuan e Wang Hongwen?!

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