23 abril 2019

A «ARTE» PÓSTUMA

No passado fim de semana encontrei na livraria esta novidade editorial de Michael Crichton, conhecido por ser o autor de O Parque Jurássico, informação que, aliás, é destacada na capa. O que não se lê na capa é que se trata de um feito de ressurreição (adequado à quadra pascal), já que o original foi editado em 2017 e o escritor morreu muito antes disso, em 2008. Aliás, este autor tem mostrado uma prolífera produção de além tumba pois, com esta, já vai na sua terceira obra póstuma, todas elas acompanhadas de explicações mais ou menos verosímeis quanto às razões que haviam levado à sua não publicação em vida do autor. Repare-se que, excluídas dessas explicações, não constou a que ao próprio autor lhe houvesse desagradado o seu próprio produto final e assim se abstivesse de o publicar. Confesso que, num caso de indulgência excessiva, já caí (e comprei) (n)as obras anteriores, mas à terceira - esta - já não embarco: só cairá quem quer. Reconheço que ele há obras póstumas que merecem a publicação e mesmo o destaque - assim, de memória, estou a lembrar-me de O Processo de Franz Kafka, obra que, além de póstuma, se apresenta inacabada. Mas a bibliografia de Michael Crichton foi acrescentada de 3 - Livros - 3 que foram publicados um, três e nove anos depois da morte do autor! Concordemos que é demasiada arte póstuma!

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