13 julho 2012

SEXTA FEIRA 13

Isto não é apenas mais uma Sexta-Feira 13: depois das de Janeiro e de Abril, com a de hoje já vamos na terceira Sexta-Feira 13 deste ano de 2012, um fenómeno tão raro que o último tinha acontecido em 1984, na anterior intervenção do FMI, e só se voltará a repetir em 2040. O ministro das Finanças em 1984 chamava-se Ernani Lopes, o da actualidade é Vítor Gaspar. Quanto ao nome do ministro de 2040, só posso antecipar que o sacana que nos irá salvar de mais uma das nossas crises cíclicas já nasceu e anda por aí com ar severo, muito possivelmente a acabar um doutoramento em finanças...

9 comentários:

  1. Quer o António Teixeira dizer que em 2040 o sistema de equivalências já não estará em vigor, sendo necessário estudar, fazer exames e sujeitar-se a avaliação rigorosa, para ter um curso superior? Não sei, não.

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  2. Seja bem reaparecido depois de tanto tempo, António Marques Pinto!

    Aqui entre nós, cheguei a pensar que o seu silêncio se devia a um hipotético desterro para a Sibéria, por causa de algumas passagens menos ortodoxas que aqui deixou escritas.

    Bem sei que a sanção me parecia demasiado severa mas, que diabo!, os camaradas Zinoviev na Rússia e Slansky na Checoslováquia foram fuzilados por muito menos...

    Aliás, os dois camaradas acima são exemplos daquilo que agora os comunistas designam por "excessos" ou "desvios" do "modelo" socialista...

    Na próxima encarnação do socialismo só se fuzilarão outros camaradas comunistas com quem se tenha profundas divergências doutrinárias...

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  3. Muito me honra que o simples comentador que sou aqui, tenha eclipsado o super-ministro, na sua resposta. Mas reconheço que de Relvas já não há nada a dizer - só a fazer!

    Quanto ao desterro, entenderam as autoridades competentes que este em que nos encontramos é suficiente.

    A respeito do resto, deixe-me citar Boris Pasternak (passe mais esta blasfémia): «Nem todos os que riem das algemas, são livres!». E quem diz algemas diz fusis.

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  4. A explicação para que o destaque a si - o comentador - e não ao seu comentário explica-se numa frase: considero a afixação do comentário pelo António Marques Pinto ao fim de meses de Sibéria como relevante enquanto o episódio da licenciatura de Miguel Relvas tem uma relevância insignificante.

    Aliás acabei por classificar comentários como o seu como "comentários de calçadeira" em alusão àquele instrumento que se usa para fazer com que o pé caiba dentro do sapato. A analogia é que também nesses comentários se tenta "enfiar" a todo o custo um tema que não consta do poste.

    E quanto ao resto, aprendi com o ainda mais blasfemo George Orwell que é inutil dialogar com quem usa as mesmas palavras com conceitos diferentes: nunca me esquecerei que, a propósito do conceito de "livre" e de "liberdade", Álvaro Cunhal se apropriava das palavras para a sua famosa expressão das "mais amplas liberdades democráticas"...

    Que foram um "emblema" da extinta URSS e das outras "democracias" populares. Mas isso só se percebeu em 1989 e foi decerto mais outro "desvio" do "modelo"...

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Noto a animosidade da resposta do António Teixeira ao meu comentário, o que decerto decorre de uma interpretação menos favorável do que eu disse. Lamento, sinceramente, porque uma coisa são as diferenças de opinião acerca de terceiros e outra coisa são mal-entendidos pessoais.

    Convirá, entretanto, o António Teixeira, que o meu primeiro comentário se referia de facto ao conteúdo do seu "post", enquanto a sua resposta se refere à URSS, à Sibéria e a fuzilamentos... - isto sim, "comentários de calçadeira".

    Enfim, o António Teixeira criou um preconceito em relação a mim que eu não mereço por ser demasiado insignificante - não sou eu o seu diabo. Pelo contrário, poderia ser seu interlocutor mas vejo que o seu julgamento sumário sobre as minhas intenções não me dão hipótese de sobrevivência no seu território.

    Lamento, imagine. Se quer vingar-se dos crimes de Staline e dos erros programáticos do leninismo, recomendo-lhe que se corresponda com Eugénio Rosa, por exemplo, a quem devo ofensas bem mais graves do que tudo o que o António Teixeira tenha dito contra mim.

    NOTA
    Este comentário substitui por minha iniciativa um idêntico que apaguei por conter um erro.

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  7. Recapitulemos então o conteúdo do poste:

    Ciclos do calendário e frequências de Sextas Feira 13 => Intervenções passadas e actuais do FMI em Portugal => Ministros das Finanças portugueses nessas duas ocasiões e num futuro ciclo…

    O que é que isto faz logo lembrar?... A pseudo-licenciatura de Miguel Relvas, claro!

    Quanto ao resto, e ás minhas respostas também em jeito de “comentários de calçadeira”, esta sua última resposta tem uma passagem que destaco: “…dos crimes de Staline e dos erros programáticos do leninismo…”

    Os crimes foram do regime e não apenas de Stalin (então os milhões de mortos na China de Mao?) e quanto aos erros programáticos do leninismo, há que recordar que Lenin morreu em 1924 e o Muro caiu em 1989 – 65 anos depois… Mostrem-me lá as revisões do leninismo...

    Lamento António Marques Pinto, mas parece que nem estamos a falar a mesma língua...

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  8. Reconheço a razoabilidade dos seus argumentos acerca da minha expressão "os crimes de Staline e os erros programáticos do leninismo", mas repare que falo de leninismo e não apenas de Lenine.

    Há em todo este processo histórico aspectos múltiplos e contraditórios que me afastam de ter uma opinião demolidora como a sua, mas admito que as nossas diferenças resultem de olharmos o objecto de discussão com diferentes preocupações.

    Acredito, sinceramente, que o António Teixeira tenha mais referências do que eu sobre aspectos históricos, mas o que eu valorizo é a importância teórica e prática do marxismo-leninismo no combate contra o capitalismo e o imperialismo, o seu posicionamento programático no âmbito da luta de classes. Digamos que sou cristão por Cristo e não pela Inquisição; que sou comunista apesar...

    Há em mim, por razões que não interessam, um sentimento demasiadode forte de solidariedade que me coloca nesta trincheira onde acredito e sei que nem todos sentem o mesmo - a questão é que o inimigo, esse sim, é o mesmo, e o ideal, em princípio, também é.

    Compreendo que há "excessos" e "desvios" que o sistema (e o programa) facilita demasiado. Tenho posição crítica em relação a isso. Desconfio dos comandos, até. Mas no campo de batalha coloco-me ao lado dos que combatem o inimigo principal: o capitalismo e o imperialismo. Mesmo que não eleja os seus líders.

    Enfim, proclamações que chegam a parecer tão pueris como as declarações de amor, mas que são igualmente importantes e sinceras. E mobilizadoras na prática.

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  9. Em jeito de “calçadeira final” deixe-me recuperar a sua menção a Eugénio Rosa e evocar uma das suas recentes aparições televisivas num programa de economia da RTP 2. A certa altura, um dos intervenientes coloca-lhe uma pergunta referindo uma organização, referência que fez disparar uma reacção e um discurso ainda mais crispado, se possível, do que costumam ser as intervenções de Eugénio Rosa:

    - O PCP? O que é que o PCP tem a ver com isto? Faça favor de tirar o PCP desta história! - o tom parecia o de um padre severo condenando um blasfemo por violar o segundo mandamento: não invocar o santo nome de deus em vão...

    Quando a câmara se tornou a focar no interpelante, o sorriso irónico expresso pela boca de Nicolau Santos – fora ele que fizera a pergunta – era ainda maior que um daqueles enormes laçarotes que ele costuma levar ao pescoço:

    - Eu estava a referir-me ao “B”CP… - o padre, além de severo, revelara-se mouco...

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