A fotografia é do famoso Henri Cartier-Bresson, foi tirada em Estremoz em 1955, e, com aquelas faces rústicas e expressões desconfiadas, quando em mãos apropriadas, servirá exemplarmente para nos vergastarmos uma vez mais pelo atraso congénito do Portugal salazarista em relação à Europa civilizada. Que civilização? Quatro anos depois, em 1959, reencontramos o mesmo celebrado fotógrafo numa praia da cosmopolitíssima Saint-Tropez a escolher para tema da sua objectiva um casal de namorados e um par de aves de criação debicando os restos deixados na areia pelos veraneantes. A sofisticação estará à vista de todos, porque a rapariga enverga um bikini, coisa que cá o Salazar não deixava… Ou não.
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