Já aqui demonstrei o pouco respeito que os acontecimentos de
Maio de 68 me merecem. Mas, foram tantas as vezes que trocei deles (e dos nostálgicos que os veneram) que nunca terei chegado a desmontar factualmente a inocuidade das suas consequências.
Verificar, por exemplo, o que terá pensado a maioria dos franceses à época dessa epopeia que ainda
hoje faz estremecer intelectuais como Medeiros Ferreira, Villaverde Cabral ou outros da mesma geração. Consultem-se os resultados eleitorais das eleições que tiveram
lugar logo no mês seguinte aos incidentes, em 23 e 30 de Junho de 1968.
Afinal (e isso é raramente referido), o tempo de antena e as
páginas de papel que foram concedidos incondicionalmente à geração da imaginação
ao poder (acima) durante o mês de Maio, tiveram foi o condão de assustar uma parcela apreciavel dos seus
compatriotas. A maioria de 293 deputados de direita (para 194 deputados de esquerda) que saíra das anteriores eleições de Março de 1967 foi ampliada para uma
distribuição esmagadora de 396 deputados de direita (+103) para apenas 91 de esquerda.
O período revolucionário foi giro, mas parece-me inequívoco que as urnas mandaram a malta ir
ganhar juízo…
* O DILÚVIO DEPOIS DE DANNY O VERMELHO (Daniel Cohen-Bendit,
um dos líderes do Maio de 68 que aparece na fotografia inicial)
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