O Botswana é um país da África Austral, com as dimensões da França (582.000 Km²), mas desértico, onde apenas habitam 1,8 milhões de habitantes, o que, mesmo assim, é cerca do triplo do que acontecia há 40 anos atrás, quando a colónia (que então se chamava Bechuanalândia) se tornou independente do Reino Unido (30 de Setembro de 1966).

Era uma daquelas colónias africanas que não tem saída para o mar e que eram consideradas tão marginais que acontecia a bizarria rara
* da sua capital colonial se situar no
estrangeiro – Mafeking na vizinha África do Sul. Só com a aproximação da independência se veio a criar uma verdadeira cidade capital – Gaborone (hoje com 200.000 habitantes).

O Botswana independente viveu uma longa época (1966-94) de um comportamento internacional
esquizofrénico, alinhando-se politicamente com o conjunto de países que proclamavam opor-se ao
apartheid sul-africano (os
Estados da Linha da Frente**), mas permanecendo na quase completa dependência económica dessa mesma África do Sul.

Mas uma imagem de marca do que se consideravam ser as tendências pró-ocidentais do Botswana era a pessoa do seu primeiro presidente (1966-80) Sir Seretse Khama e a publicidade dada ao facto dele ser casado com uma europeia (acima), o que afinal era uma verdadeira trivialidade... Acontecia o mesmo com Amílcar Cabral, Agostinho Neto ou Eduardo Mondlane…

Por falar em trivialidades, o Botswana tem uma certa projecção internacional por causa de personagens de ficção como
Mma Ramotswe, a mais conhecida mulher detective africana, saída da imaginação do escocês Alexander McCall Smith, ou
Xixo, o bosquímano determinado a devolver a garrafa vazia de
Coca Cola no popular filme
Os Deuses devem estar loucos…

Mais a sério, o Botswana, que regista um estatuto económico bastante elevado para os padrões africanos e tem sido apontado como um exemplo por causa disso, tem a sua economia muito dependente da indústria mineira, sobretudo a dos diamantes (abaixo). A
De Beers, multinacional que controla mundialmente esse sector, tem uma grande influência no país.

De certa forma, dada a sua grande extensão e fraca população, o Botswana é uma espécie de
Emirato árabe no Sul da África, só que em vez de petróleo tem diamantes. Também ali, o Estado tornou-se um dos grandes empregadores nacionais e, entre os seus serviços, destacam-se as suas Forças Armadas (9.000 efectivos), denominadas
Forças de Defesa do Botswana.

Pois foi um dos seus comandantes, o
Tenente-General Ian Khama (acima) que, não por acaso, é filho de Sir Seretse
***, o primeiro Presidente do país, que
assumiu recentemente (desde o principio deste mês) o cargo que fora de seu pai, em substituição ao Presidente Festus Mogae. O contraste não podia deixar de ser maior com aquilo que se
está a passar no vizinho Zimbabué…

Há contudo quem aponte um problema ao novo Presidente:
é solteiro, o que é capaz de levantar imensos problemas aos serviços protocolares do seu país por ocasião das visitas de Estado que venha a fazer e a receber. Contudo olhando para as beldades do seu país (acima), não se adivinham problemas para que Ian Khama copie o
seu colega francês Nicolas Sarkozy…
* Acontecia com o Botswana, com o Malawi ou com a Mauritânia (francesa).
** Angola, Botswana, Moçambique Tanzânia e Zâmbia.*** É a criança do lado esquerdo da terceira fotografia.
Este insere-se no grupo dos "aristocratas", não lhe deve ser dificil arranjar uma Carla...
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