
A notícia, veiculada pelo semanário Sol, é outra coisa. Gira à volta de uma carta enviada pelo advogado do detido, um britânico chamado Clive Stafford Smith, ao primeiro-ministro português, José Sócrates Pinto de Sousa, pedindo-lhe documentos que revelem o total ou parcial conhecimento das autoridades portuguesas sobre a passagem de Binyam Mohame. Quando questionado pelos jornalistas, Sócrates respondeu que não terá recebido a carta, só lhe responderá quando isso acontecer.
As perguntas que os nossos jornalistas portugueses ainda não fizeram foram as que se deviam colocar ao advogado Clive Stafford Smith: onde é que Mohame foi preso, de que é que ele foi acusado (se o tiver sido…) e se o advogado já terá escrito outras cartas idênticas em nome de Binyam Mohame, só que ainda mais acusatórias, nomeadamente pedindo satisfações ao Rei de Marrocos, Mohammed VI, pelas torturas sofridas, e a George W. Bush, pela sua actual detenção…
É que estas omissões dão a impressão nítida que a imprensa portuguesa não parece andar à procura do drama do prisioneiro, mas à caça do embaraço do primeiro-ministro… Primeiro-ministro que, não me merecendo a minha simpatia imediata, merece-ma mais do que um advogado britânico que tem toda a pinta de estar armado em chico-esperto… Suspeito que aquela carta seja apenas mais uma do género entre o enorme volume de correspondência dirigida a José Sócrates…
And what else is new? Não é esse o tipo de comunicação que temos? Se calhar é também o que merecemos...
ResponderEliminarbeijos.
Concordo sem hesitações com a conclusão.
ResponderEliminarTrata-se de jornalismo baço, próprio de quem anda atrás do Sol posto.
Garanto que tal carta nunca me chegou às mãos.
ResponderEliminarSe alguém a sonegou, ocultou, desviou, destruiu, não fui eu. Juro.
Querem ver que o culpado sou eu?