Deixem-me exprimir o meu cepticismo quanto ao conteúdo
da notícia que nos informa que o
Parlamento Europeu deu hoje autorização definitiva à implementação do sistema de navegação por satélites Galileo. A prática já demonstrou que o Parlamento Europeu costuma ser muito mais forte em proclamações do que na implementação de decisões.

Ser-me-ia mais confortável que a redacção da notícia contradissesse directamente
uma outra, que foi publicada há cerca de seis meses naquele mesmo jornal, onde o Ministro dos Transportes alemão assegurava que
Berlim nunca poderia apoiar as propostas da Comissão Europeia para financiar o sistema de navegação por satélite europeu Galileo.
Num dia em que um outro Parlamento
aprova o Tratado de Lissabon, ao menos usemos a expressão alemã original
Realpolitik com a devida propriedade: é que o controlo dos meios financeiros desta União
reforçada, aquela que os deputados do PS e PSD hoje aplaudiram de pé, não
reside em Estrasburgo, assim como as grandes decisões sobre política nacional não
se tomam em São Bento...

Quanto àqueles que, até nestas coisas do
GPS, abusam da ingenuidade quando ao propósito das objecções americanas, relembremos outras
preocupações com tecnologias europeias do passado: por exemplo, com a
poluição sonora causada pelo avião
Concorde (1970), quando
foi proibido pelo próprio Congresso de voar sobre os Estados Unidos e de assim explorar o mercado dos seus voos domésticos…
Só espero não ter que ir a Bruxelas para aprontar o meu GPS quando for a Badajoz.
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