28 junho 2006

À PORTA DO JUMBO

Sinto, às vezes, que este blogue padece do problema de, abordando tanto assunto distinto, acabar por não o fazer em caso nenhum de uma forma suficientemente aprofundada, mesmo nos casos em que isso seria merecido.

O tópico que hoje aqui me traz seria provavelmente muito melhor tratado por Pedro Magalhães no seu Margens de Erro, mas achei-o suficientemente curioso, pelo menos para leigos, para aqui lhe dar destaque.

A questão é que, nos Estados Unidos (onde então?), deram em adicionar aos métodos tradicionais como sondagens telefónicas, presenciais, painéis, simulações de voto ou freguesias tipo, um método diferente, envolvendo sondagens específicas a consumidores de certos tipos de estabelecimentos – o Wal Mart, neste caso.

Segundo leio, usando esse novo método, é possível antecipar que a vida não se afigura serena para os congressistas republicanos nas eleições marcadas para o final deste ano e que Bush, também aqui, não se encontra lá muito bem cotado nas opiniões de quem costuma comprar nos Wal-Mart.

A pergunta seguinte, seria para saber se existiria algum grupo sociológico onde Bush conseguisse ainda recolher uma maioria de opiniões favoráveis, mas parece que existe um, de facto, mas quem quiser saber mais detalhes pode obtê-los lendo o artigo (em inglês).

Regressando à sociologia dos consumidores dos Wal-Mart, valha a verdade que, empiricamente, já Esteves Cardoso, Lobo Antunes ou, mais modestamente, eu, já de há muito havíamos descoberto uma sociologia específica nos consumidores dos supermercados Continente. Que é distinta da dos do Pingo Doce, mas aparentada com a dos do Jumbo.

Como traços identificativos, um falou dos fatos de treino que vestiam, o outro dos nomes de baptismo das filhas, eu preferi dar relevo à escolha de um artigo que transborde do carrinho (uma vassoura serve perfeitamente) e que, deitadinha, se usa para espetar no traseiro de quem o precede na fila da caixa registadora, incentivando à diminuição do tempo de espera.

Haja financiamento e interesse nisso e já estou a imaginar as equipas dirigidas por Pedro Magalhães, à saída dos supermercados Continente, com uma banca ao lado da do Banco Alimentar contra a Fome a procurar saber as opiniões políticas dos consumidores típicos do local. Poderá ser ali que primeiro se venha a saber uma previsível queda em desgraça de Cavaco ou de Sócrates.

Vão-me desculpar a presunção de tentar adivinhar o teor das respostas obtidas, mas tenho a intuição que, se estiverem aquelas duas bancas juntas, a das sondagens e a do Banco Alimentar, os clientes típicos, com a sua típica generosidade e má-língua, aos pobrezinhos vão dar o arroz e aos políticos "vão-lhes dar o arroz". Mas, não haja dúvida, que deve constituir o tipo de grupo sociológico que os últimos não devem descurar ao aproximarem-se actos eleitorais.

3 comentários:

  1. "Sinto, às vezes, que este blogue padece do problema de, abordando tanto assunto distinto..."

    Ainda bem! Faz do seu blogue um local de leitura sempre interessante.

    Cumprimentos.

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  2. Ao Cãocompulgas:

    Agradeço o comentário encorajador.

    (em privado) - afinal não apaguei o comentário!...

    Cumprimentos

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  3. :))) pois não...

    bj

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