30 março 2021

A COBERTURA EM DIRECTO DO ATENTADO CONTRA RONALD REAGAN

30 de Março de 1981. Foi neste dia de há quarenta anos que um anónimo de 25 anos com perturbações mentais realizou um atentado contra Ronald Reagan, o presidente dos Estados Unidos de então. Reagan ficou ferido com gravidade, para além de mais três pessoas que o rodeavam. A ocasião em que o atentado ocorreu era pública, mas de um interesse menor, não havia uma grande audiência a seguir as imagens em directo, mas elas adquiriram um significado extraordinário depois do que aconteceu: tratava-se do primeiro atentado contra um presidente americano a ser coberto ao vivo! Ainda hoje as imagens não editadas se mostram plenas de significado, para quem as quiser ver e analisar para além do momento do disparo dos seis tiros. Depois deles, tudo acontece sem qualquer coreografia, ao som de vozes naturalmente alteradas, comece-se o destaque pelo agente que passa o tempo todo de pistola-metralhadora Uzi empunhada para enfrentar a ameaça... do que já acontecera - o presidente fora alvejado e, por sinal, já fora transportado imediatamente para o hospital mais próximo. Os outros feridos que esperassem. Aliás, o que sobrava em armamento naqueles minutos imediatos, faltava em material de primeiros socorros: a certa altura (aos 2:10) vê-se alguém pedir em voz alta se alguém tinha um lenço (handkerchief) para pensar um dos feridos no chão. E, ao contrário dos filmes, nem tudo corre bem nestas ocasiões: a porta de trás do carro da polícia onde os seis(!) indivíduos que seguram o autor do atentado o querem colocar recusa-se a abrir (2:30), e ele tem que ser transportado noutro carro da polícia. Em contraste, constate-se o profissionalismo das equipas de emergência: dois minutos e meio depois dos tiros já lá estava uma primeira ambulância! Mas, enquanto se organizam as evacuações, o cow-boy da cena é mesmo o senhor de fato e da Uzi que continua a berrar ordens (a que ninguém parece prestar atenção...), sem se aperceber da inutilidade naquelas circunstâncias do instrumento que continua a empunhar, e que me parece ser o representante de uma certa América que se consola sozinha e sem discernimento com o poder simbólico que atribui às armas

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