14 outubro 2008

COMO SE FOSSEMOS UMA CRIANÇA DE QUATRO ANOS

Depois das notícias que nos chegam, descrevendo uma corrida dos islandeses aos supermercados para açambarcarem os artigos de importação, na sequência da situação de insolvência em que o seu país vive, após os três maiores bancos da Islândia entrarem consecutivamente em incumprimento das suas responsabilidades, vale a pena deixar uma nota para memória futura, para não nos esquecermos de regressar um dia destes ao debate associado às vantagens da privatização da Caixa Geral de Depósitos
Tanto António Borges (acima) e a outra rapaziada do Compromisso Portugal, como Miguel Frasquilho e até mesmo Pedro Passos Coelho (este talvez só depois de ter sido devidamente industriado…), poder-nos-ão voltar a explicar, à luz desta recente e relativamente inédita experiência islandesa, as vantagens da ausência de um grande banco de capitais maioritariamente públicos... Façam-no é da mesma forma que Denzel Washington pedia em Philadelphia: como se fossemos uma criança de quatro anos*
* Now, explain it to me like I'm a four-year-old.

7 comentários:

  1. Esses e outros neoliberais, apolologistas disfarçados do capitalismo selvagem, que entoavam loas continuadas ao primado das privatizações a qualquer preço – quer dizer ao preço que lhes convinha a eles e a quem lhes garantia as sinecuras– e que não hesitam agora em mostrar a sua "compreensão" hipócrita pelo intervencionismo do Estado, só gostava mesmo era de lhes perguntar: Onde é que vocês estavam no 14 de Março de 1975?
    Isto para não falar daqueles que dançaram de "cá para lá e de lá para cá" ao som do "tilintar" dos tempos.

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  2. A propósito do tilintar dos tempos e de 14 de Março de 1975 também gostei do "brilhozinho nos olhos" de Jerónimo de Sousa argumentando pelas virtudes da banca pública.

    Estes tempos que correm tem sido oportunidades únicas de mostrar o que há de melhor em nós.

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  3. A minha opinião modesta
    Depois o comunismo, assistimos a quedo do sistema ultra -liberal mas são as vítimas desses adeptos de sistemas condenáveis O POVO que têm de pagar as favas.
    cumprimentos de Antuérpia

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  4. A.Teixeira.
    É evidente que a ideia da privatização da CGD é um disparate.

    No entanto a ideia da privatização da Galp, da ANA e da Tap, também são um disparate e no entanto o actual governo que se diz de esquerda, já privatizou a Galp

    (e mais espantosamente ainda, privatizou os últimos 7% por ajuste directo,sem concurso público!!! ou colocação em bolsa!!! poupando ao feliz comprador (o pobre senhor Amorim...) ter que desembolsar 400 milhões de euros a mais - basta comparar os preços da acção no mês de Janeiro de 2008, com os actuais...)

    prepara-se para 2009, com os mercados financeiros em baixa, para oferecer ao desbarato a TAP e a ANA.(O que aliás é interessante este negócio, porque só quando estão a dar lucro é que são privatizadas...)
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    Quanto aos Borges e Coelhos que andam por aí, continuarão a defender a privatização da CGD mesmo agora, porque os titereiros por detrás deles preferem comprar a CGD em época de mercado baixa, através de colocação em bolsa do que em época de mercado alta.

    Há lugares no CA para oferecer...
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    Percebo a sua pergunta, relativa às explicações que estas pessoas deverão dar, mas estas pessoas não obedecem a Portugal nem aos portugueses, nem tem qualquer consideração ou gosto por Portugal ou pelos portugueses.

    E se fosse a si, não punha muita fé no actual governo, nem no actual PM, porque os interesses que ditam a conduta do PM, um destes dias gritam-lhe aos ouvidos e dão-lhe a ordem para ele mandar privatizar a CGD e depois o A.Teixeira fica sem argumentos e muito chateado por perceber que defendeu (mesmo que indirectamente) pessoas que não tem qualquer qualidade.
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    Quanto às notícias de que o liberalismo económico morreu, cito Mark Twain: as notícias da minha morte são manifestamente exageradas( estava vivo quando afirmou isto...)

    O mesmo se passa com o neoliberalismo.

    Dissidente-x

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  5. Faz muito bem em citar Twain a propósito dos exageros da notícia da morte, porque também já li por aí versões muito distintas do que morreu, onde se costuma notar a coincidência de que aquilo que morre é aquilo que quem escreve deseja ver morto.

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  6. Meu caro alfacinha:

    Bem pode considerar a sua opinião modesta, mas de todos nós que aqui andamos a dar a nossa nesta caixa de comentários, deve ser o único que já "entrou com algum", por causa da nacionalização do Banco Fortis por parte do governo belga...

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