
Desde os feitos de Francis Drake e outros corsários nos finais do Século XVI, com as suas capturas dos galeões espanhóis das Frotas da Prata, que se havia criado entre o inglês comum a impressão que a América Espanhola era uma fonte de incontáveis tesouros (abaixo). Segundo a opinião dominante, uma Companhia que possuísse o monopólio do comércio entre aquelas regiões e a Inglaterra, aparentava ter um enorme potencial de crescimento, e seria um óptimo investimento...

Mas o problema que veio a tornar a Companhia famosa era financeiro e estava em Londres… Robert Harley, o Conde de Oxford (abaixo), que seria na altura o equivalente de um Ministro das Finanças tentou montar uma operação no estilo que hoje se chamaria por engenharia financeira, fazendo com que a Companhia dos Mares do Sul, cujas acções eram muito apetecidas, aplicasse uma parcela do seu capital a comprar os títulos da dívida pública entretanto emitidos pelo governo inglês para financiar a guerra.

Como de costume, houve quem estivesse bem informado e tivesse realizado lucros de 1000% (como Robert Walpole, que veio a ser Primeiro-Ministro em 1721), mas a estrutura financeira montada pelo Conde de Oxford para sanear as finanças públicas acabou por entrar em colapso e o Governo de Sua Majestade passou por momentos muito desagradáveis… Diga-se, por curiosidade, que o Conde de Oxford foi a primeira pessoa (que eu saiba) a quem enviaram uma encomenda armadilhada: uma caixa de chapéus com um par de pistolas engatilhadas, prontas a disparar à abertura…

Episódio interessante este. Tal como hoje nem sempre as opções económicas foram as melhores. Então nós, portugueses,a começar no nosso período "áureo" dos descobrimentos, acumulámos muita prática.
ResponderEliminarO pormenor final é muito curioso.
Pelo contrário, as opções financeiras do Conde de Oxford até foram as melhores. Então e hoje, os accionistas é que não podem ser como o Jesus Cristo de Fernando Pessoa, o tal que não percebia nada de finanças nem consta que tivesse biblioteca...
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