14 fevereiro 2010

O PASSADO E O PRESENTE

Este até podia ser apenas mais um daqueles postes evocativos do passado da televisão. Porém, dado que estamos a viver estes tempos de tremendismo, em que quem se pretende passar por autoridade no que afirma devia ter mais juízo e memória, pode ser que a exibição de uma sucessão de apresentadores dos Telejornais da RTP, cada um de sua década, possa ser pretexto para reduzir, para quem ainda se lembrar deles, a questão actual às suas devidas proporções.
Quem tiver idade e memória para se lembrar do nome dos locutores (Gomes Ferreira – anos 60 – Adriano Cerqueira – anos 70 – Henrique Garcia – anos 80 – e José Rodrigues dos Santos – anos 90), também se lembrará como o condicionamento da informação pelo poder político foi uma constante na televisão ao longo de todos esses decénios. É que é preciso ter idade e memória para lembrar o que era a censura prévia a sério, e não a confundir com decisões judiciais.
É preciso continuar a tê-las para recordar o PREC e como foi um assalto, esse verdadeiro, para controlar todo o aparelho informativo do país, quando a única informação livre disponível passou a ser apenas a da imprensa privada. E é preciso tê-las ainda, à mistura com um certo sentido de humor, para constatar a enorme ironia que uma das grandes vítimas do momento, José Eduardo Moniz, foi também o algoz na informação da RTP, durante o período do cavaquismo

4 comentários:

  1. ...e o futuro.
    (short and sharp)

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  2. Exactamente. E nem o ex-Primeiro Ministro Pinto Balsemão, ao tempo de Proença de Carvalho como presidente da RTP, estará esquecido do nome que o apresentador José Mençorado chamou a Proença: "Maquiavel à moda do Minho". Tanto para contar... que até dá vontade de ficar calado, a um canto, a rir de tantos queixumes.

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  3. José Mensurado! - peço desculpa pelo erro. Eram os primeiros anos da década de oitenta.

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  4. E eu a pensar que o António Marques Pinto pudesse também fazer referência às épocas das mais "amplas liberdades democráticas" da RTP em que críticos de jazz, recreativamente (pois claro!), elaboravam listas das pessoas de que não gostavam...

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